
A CPI das Câmeras da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniu nesta segunda-feira (22) para mais uma oitiva e determinou a prisão do empresário Sergio Belo David, pai de Nathalia Paiva David, investigada pela comissão por supostamente atuar como laranja da empresa Rio Ben Benefícios. A medida foi tomada logo no início dos trabalhos e elevou o clima de tensão no plenário.
Na reunião anterior, a filha do empresário quase chegou a ser detida após ser acusada de mentir durante o depoimento. Desta vez, Sergio Belo David foi orientado por seu advogado, Sandro Figueiredo, a permanecer em silêncio, sob o argumento de que se encontrava na condição de investigado e não poderia produzir provas contra si mesmo.
Divergência sobre condição de depoente
O entendimento do colegiado, no entanto, foi de que o empresário se encontrava na condição de testemunha, o que o obrigaria a responder às perguntas e não faltar com a verdade. O relator da CPI, deputado Filippe Poubel (PL), reagiu de forma incisiva, acusando o depoente de debochar dos trabalhos do Parlamento ao se recusar a falar.
O advogado Sandro Figueiredo contestou a interpretação, afirmando que não havia deboche e que seu cliente apenas seguia a orientação jurídica adequada diante de sua situação no inquérito. Apesar da discordância, a comissão manteve a decisão de decretar a prisão em flagrante.
Quebra de sigilo e movimentações suspeitas
A análise das quebras de sigilo revelou movimentações financeiras de R$ 124 milhões, além de gastos de R$ 20 mil em estabelecimentos do McDonald’s. Os deputados avaliam que os números podem refletir erros do Banco Central e do Bradesco, mas ainda assim levantam fortes suspeitas de sonegação fiscal e tributária.
Com a prisão decretada e novas informações financeiras na mesa, a CPI das Câmeras promete ampliar o alcance das apurações. O relatório final deve reunir depoimentos, documentos bancários e fiscais, além de diligências sobre a atuação da Rio Bem Benefícios e possíveis conexões com empresas de fachada.
A CPI das Câmeras segue colhendo depoimentos e analisando documentos sobre contratos e possíveis irregularidades envolvendo a instalação de equipamentos de monitoramento no estado, investigando suspeitas de fraudes e uso de empresas de fachada para intermediar negócios com o poder público.
Em atualização.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/prisao-de-empresario-marca-sessao-da-cpi-das-cameras-na-alerj/