22 de setembro de 2025
A cada 10 minutos, um adolescente registra caso de autoagressão
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Um caso de autoagressão envolvendo adolescentes de 10 a 19 anos é registrado no Brasil a cada 10 minutos, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (22) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade destaca que a escuta ativa e o acolhimento são atitudes fundamentais, além da atenção aos sinais de alerta, como tristeza persistente, abandono de atividades prazerosas e envolvimento intencional em situações de risco.

O levantamento foi elaborado a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que reúne registros feitos pela rede de saúde e, em algumas localidades, também por escolas e centros de assistência social.

Realizado no contexto do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, o estudo aponta que, somente nos últimos dois anos, a média diária de atendimentos chegou a 137 na faixa etária analisada, incluindo episódios de violência autoprovocada e tentativas de suicídio.

Subnotificação e realidade preocupante

Apesar dos números elevados, a SBP alerta para a possibilidade de subnotificação, já que muitas ocorrências deixam de ser registradas por falhas no preenchimento ou na comunicação – sobretudo em atendimentos da rede privada e em ambientes escolares.

“Isso significa que a realidade pode ser ainda mais preocupante do que os números oficiais indicam”, ressalta a entidade.

Acolhimento e papel da família

A SBP recomenda que pais, responsáveis e educadores priorizem a escuta e o acolhimento. O acompanhamento com pediatras também é apontado como central, já que consultas de rotina permitem identificar precocemente sinais de sofrimento e orientar famílias e adolescentes.

Onde buscar ajuda

Adolescentes em sofrimento, assim como familiares ou pessoas próximas, devem procurar apoio em sua rede de confiança e nos serviços de saúde. Entre os canais disponíveis estão:

Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Unidades Básicas de Saúde;

UPA 24h, SAMU (192), pronto-socorros e hospitais;

Centro de Valorização da Vida (CVV), no telefone 188, com atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia.

Regiões mais afetadas

Os dados mostram que o Sudeste concentra quase metade das notificações nacionais (46.918 em 2023 e 2024), puxado por São Paulo (24.937). Em seguida vêm Nordeste (19.022), Sul (19.653), Centro-Oeste (9.782) e Norte (5.303).

Casos graves e mortes

Somente entre 2023 e 2024, houve 3,8 mil internações hospitalares de adolescentes por violência autoprovocada – média de cinco por dia. A maioria dos casos envolve jovens de 15 a 19 anos.

Em relação aos óbitos, os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) revelam cerca de mil mortes de adolescentes por suicídio a cada ano. Em 2023, foram 1,1 mil, e em 2022, 1,2 mil.

Sinais de alerta e fatores de risco

A SBP lista os principais sinais que podem indicar risco de suicídio:

tristeza persistente;

abandono de atividades que antes eram prazerosas;

autolesões;

envolvimento em situações de risco;

ausência de expectativas em relação ao futuro.

Entre os fatores de risco estão impulsividade, baixa autoestima, desesperança, solidão, acesso a meios letais e o estigma em torno da saúde mental, que ainda dificulta a busca por ajuda.

*Fonte: SBP

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/a-cada-10-minutos-um-adolescente-registra-caso-de-autoagressao-no-brasil/