23 de setembro de 2025
Eduardo Bolsonaro diz que será candidato à Presidência até contra
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem dito a interlocutores próximos que será candidato à Presidência da República em 2026, mesmo sem o apoio do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar já admite deixar o PL e se filiar a um partido menor para viabilizar sua candidatura. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Ruptura com a estratégia do pai

Segundo relatos, Eduardo está disposto a concorrer mesmo que Jair Bolsonaro apoie outro nome, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para o deputado, setores do Centrão estariam tentando se apropriar do espólio político do pai, fornecendo a ele informações e cenários “equivocados”, no intuito de convencê-lo de que apoiar outro candidato seria a única forma de melhorar sua situação jurídica.

Até agora, a expectativa de lideranças do Centrão era de que Eduardo recuaria diante da falta de aval do ex-presidente. Nos bastidores, há inclusive articulações para que Jair Bolsonaro desautorize publicamente a candidatura do filho, enfraquecendo suas movimentações nos Estados Unidos.

Eduardo, no entanto, tem sido categórico nas conversas: não pretende se submeter a essa condição.

Relação marcada por divergências

Não seria a primeira vez que pai e filho divergem. Relatórios da Polícia Federal com diálogos entre ambos mostram momentos de confronto, em que Eduardo chegou a xingar Jair Bolsonaro ao discordar de suas posições, revelando independência em relação ao comando político do ex-presidente.

Obstáculos jurídicos no caminho

Apesar da disposição de concorrer, a candidatura de Eduardo enfrenta barreiras jurídicas quase intransponíveis. O deputado foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de coação no curso do processo, ao atuar em favor de sanções internacionais contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) responsáveis pelo julgamento de Jair Bolsonaro na ação penal da tentativa de golpe de Estado.

Se condenado, poderá ser considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa definição, porém, só deve ocorrer no segundo semestre de 2026, o que abre espaço para que ele faça campanha até lá.

Impacto na disputa da direita

Mesmo com riscos legais, Eduardo Bolsonaro já articula para se apresentar como opção da base bolsonarista, inclusive a partir de suas movimentações nos Estados Unidos. Seu nome pode atrair parte do eleitorado fiel ao pai, mas também tende a fragmentar a direita caso se confirme uma disputa com outros presidenciáveis ligados ao bolsonarismo.

O cenário amplia a incerteza sobre a sucessão de Lula e expõe a dificuldade do campo conservador em se unir em torno de um único nome.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/eduardo-bolsonaro-diz-que-sera-candidato-a-presidencia-ate-contra-tarcisio-e-mesmo-sem-apoio-do-pai/