30 de setembro de 2025
Comissão vai acionar Polícia Civil após denúncia de agressão contra
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A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj) recebeu na terça-feira (23) o dançarino e empresário Gugu Hawaiano, do grupo de funk Os Hawaianos.

Ele relatou ter sido vítima de agressões físicas por parte de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) durante uma operação na Cidade de Deus, na última sexta-feira (19).

O artista afirma que foi alvo de socos e chutes, chegou a ser algemado diante da família e precisou levar cinco pontos no rosto após a abordagem.

A comissão informou que vai enviar ofícios à Secretaria de Polícia Civil e ao Ministério Público solicitando investigação do caso. O MP será instado a requisitar as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos e a incluir o episódio no controle da atividade policial.

Repercussão na comissão

Segundo a presidenta da comissão, deputada Dani Monteiro, a gravidade do episódio exige resposta imediata das autoridades.

“É um absurdo que um trabalhador da cultura tenha sido vítima de violência dessa gravidade, em plena luz do dia, diante da própria família e da comunidade. O Ministério Público precisa exercer essa investigação, sobretudo à luz da ADPF 635, que estabelece parâmetros para evitar abusos e proteger vidas”, afirmou.

Ela ressaltou que a operação aconteceu em horário escolar, quando havia crianças e famílias nas ruas, o que aumenta a preocupação quanto ao risco de abusos em ações policiais.

Relato de Gugu e impactos

Gugu relatou que foi tratado como criminoso apenas por manter o cabelo tingido de vermelho, marca de sua carreira artística desde os anos 2000. O funkeiro afirmou que se identificou como integrante do grupo Os Hawaianos e como morador, mas ainda assim foi agredido.

“Eu coloquei a mão para o alto e disse que era trabalhador. Nesse momento, eles mandaram eu deitar no chão e, quando fui deitar, deram uma bicuda no meu rosto”, contou.

Segundo ele, o episódio deixou sua família abalada. Um dos filhos, diagnosticado com transtorno do espectro autista, estaria sofrendo pesadelos desde a ação. Além do trauma, o grupo musical relatou que contratantes passaram a reduzir cachês e cancelar apresentações após a repercussão da detenção.

Acompanhamento e providência

O colega de banda Poltin Hawaiano destacou que a situação afeta toda a equipe. “Nós somos seis famílias na equipe e estamos sofrendo pelo que aconteceu com o Gugu. A gente quer justiça e não vai parar. MC não é bandido e a gente sabe disso”, afirmou.

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos informou que seguirá acompanhando o caso até que todas as providências sejam tomadas e os responsáveis sejam responsabilizados.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/comissao-vai-acionar-policia-civil-apos-denuncia-de-agressao-contra-gugu-hawaiano/