O líder do PP na Câmara, deputado Dr. Luizinho (RJ), classificou como um “momento bastante triste na convivência do Congresso Nacional” a rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado, nesta quarta-feira (24). A proposta havia sido aprovada pela Câmara, mas foi enterrada dias depois pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, aumentando o clima de desconfiança entre as duas Casas.
As declarações foram dadas após reunião entre Luizinho, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto que reduz penas de condenados por golpismo, e as bancadas do PP e União Brasil. Os dois partidos manifestaram apoio à proposta, que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os presos pelos atos de 8 de Janeiro.
Segundo Luizinho, a maior preocupação é evitar que o projeto de redução de penas tenha o mesmo destino da PEC da Blindagem. “Ter uma PEC aprovada numa Casa e rejeitada na CCJ na semana seguinte, quando havia conversas de que poderia ser aprovada no Senado, mostra como a relação está frágil. A bancada pediu que o diálogo com o Senado seja mais claro”, afirmou.
Já Paulinho destacou a necessidade de reconstruir pontes entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Hoje tenho desconfiança de que nós votamos aqui e o Senado segura. Não dá para pacificar o país se a Câmara e o Senado estão em guerra. É preciso que Motta converse com Alcolumbre para pacificar essa relação”, disse.
O relator pretende apresentar seu parecer na próxima semana e pressiona para que a votação ocorra já na terça-feira (30). No fim de semana, Paulinho deve se reunir com familiares de presos do 8 de Janeiro, a pedido do PL, que insiste em manter a anistia como prioridade — medida já rejeitada pela maioria dos partidos.
A derrota da PEC da Blindagem não apenas elevou a tensão entre as Casas, como também fragilizou politicamente Hugo Motta, presidente da Câmara, e aumentou o ceticismo sobre a viabilidade de acordos em torno da redução de penas.
Apesar das críticas, Dr. Luizinho reconheceu que a Câmara não insistirá em novas propostas semelhantes. “Não vamos abordar mais esse assunto. O futuro avaliará quem estava correto. Se o Senado entende diferente, nós vamos respeitar”, disse, acrescentando que o texto da PEC foi mal compreendido pela sociedade e acabou “vendido de forma diferente do espírito original”.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/dr-luizinho-chama-de-momento-triste-derrota-da-pec-da-blindagem-e-paulinho-pede-pacificacao-com-senado/
