25 de setembro de 2025
Lula retorna dos EUA e encara desafio na articulação política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta quinta-feira (25) no Brasil, após viagem oficial aos Estados Unidos, e encontra em Brasília um cenário de incertezas sobre a composição de sua equipe ministerial.

A possível saída de PP e União Brasil do governo pode provocar alterações significativas no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios. Segundo aliados, o petista terá de se dedicar ao redesenho de sua base de apoio e à redistribuição de cargos, caso a debandada se confirme. A estratégia em discussão é abrir espaço para partidos da base já consolidada, incluindo siglas do centrão, como PSD, PDT, PSB e até Republicanos.

Estratégia para 2026

Diferentemente do início do governo, quando a prioridade era garantir a governabilidade no Congresso, Lula agora também leva em conta a formação de alianças regionais para 2026, com foco em sua possível reeleição.

O presidente tem afirmado que não pretende demitir ministros que, mesmo filiados a partidos que se aproximam da oposição, podem ser aliados estratégicos em seus estados. O petista já sinalizou a ministros do centrão que apoiará suas candidaturas em 2026, mesmo que seus partidos não integrem formalmente sua coligação. Entre eles estão Celso Sabino (Turismo), André Fufuca (Esportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), todos cotados para disputar o Senado.

Pressão sobre Sabino e Fufuca

O maior impasse está relacionado ao desembarque do União Brasil e do PP, que oficializaram uma federação e vêm se posicionando contra o governo. As duas siglas estabeleceram prazo para que filiados com mandato ou cargos no Executivo deixem suas funções, sob risco de expulsão.

No União Brasil, a pressão já surtiu efeito. Celso Sabino deve entregar o cargo até esta sexta-feira (26), após decisão unânime da direção partidária. O movimento ganhou força após reportagem do ICL e do UOL apontar supostas ligações do presidente da legenda, Antonio Rueda, com aviões atribuídos ao PCC. Rueda nega envolvimento.

Sabino tentava adiar sua saída para manter protagonismo político na COP-30, que será realizada em Belém (PA) em novembro, evento que fortaleceria sua pré-candidatura ao Senado. Nos bastidores, aliados ainda tentam viabilizar sua permanência no cargo por meio de licença partidária, hipótese considerada remota.

Já André Fufuca articula um acordo com a cúpula do PP para seguir no Ministério do Esporte até o fim do ano. Uma ala do partido defende que ele se afaste da legenda para permanecer, enquanto dirigentes próximos ao senador Ciro Nogueira (PI) avaliam possibilidade de negociação.

Movimento à esquerda

Enquanto negocia com partidos do centrão, Lula também busca fortalecer a ligação com a esquerda. Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente pretende nomear o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo Márcio Macêdo (PT).

A mudança teria como objetivo reaproximar o governo de movimentos sociais e da juventude, além de reforçar a atuação nas redes sociais, espaço ainda dominado pela oposição. A expectativa é que a entrada de Boulos ajude a reanimar a militância e ampliar a presença digital, em estratégia semelhante à usada na campanha de 2022.

Diante da pressão de partidos que migraram para a oposição e da necessidade de manter unida sua base, Lula retorna ao Brasil em um dos momentos mais delicados de articulação política desde o início de seu terceiro mandato.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/lula-retorna-dos-eua-e-encara-desafio-na-articulacao-politica/