26 de setembro de 2025
Em dez anos, aplicativos crescem 170% e impulsionam ocupação informal
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Um estudo divulgado na última quinta-feira (25) no Relatório de Política Monetária do Banco Central (BC) revela que em 10 anos, o número de trabalhadores brasileiros informais, que atuam por aplicativos de transporte ou entrega, cresceu 170%.

Embora ainda de acordo com o Relatório, a presença desse contingente eleve o nível de ocupação no país, a realidade é que, a partir da reforma trabalhista de 2017, que flexibilizou as leis e aprofundou a flexibilização do trabalho, o que aumentou de fato foi o nível de ocupação informal e o trabalho precarizado, que tem nos aplicativos seus maiores representantes.

É o que esse percentual mostra: maior vulnerabilidade para os trabalhadores e não propriamente solução para o desemprego como a reforma trabalhista preconizava.

Essa crescente precarização é mostrada em diversos relatórios, como o Fairwork Brasil, que afirma que os principais aplicativos não conseguem cumprir padrões mínimos de trabalho decente, como oferecer uma remuneração justa. Ou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que, além de também revelar queda na renda desses trabalhadores, mostra jornadas de trabalho mais longas e exaustivas e queda na contribuição à previdência.

No estudo do BC foram apresentados três cenários hipotéticos considerando que os aplicativos não existissem, e chegando aos seguintes resultados: parte dos atuais motoristas e entregadores estariam desempregados; outros sequer teriam buscado uma vaga, ficando fora da força de trabalho, e um grupo intermediário teria conseguido emprego, mas outro não.

Nesse cálculo, a taxa de desemprego subiria entre 0,6 e 1,2 ponto percentual. Atualmente em 4,3%, poderia chegar a 5,5% sem a presença dos aplicativos.

Fonte: https://horadopovo.com.br/em-dez-anos-aplicativos-crescem-170-e-impulsionam-ocupacao-informal-e-precaria/