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A Petrobras concluiu na última sexta-feira (3) uma operação inédita de importação de gás natural extraído do reservatório de Vaca Muerta, localizado na Bacia de Neuquén, no norte da Patagônia, Argentina. O combustível, proveniente de um campo onde a estatal brasileira detém participação, foi transportado por gasodutos da Argentina até a Bolívia, e de lá, seguiu para o Brasil. A operação, com volume de 100 mil metros cúbicos – menos de 5% do total disponibilizado ao mercado nacional pela empresa – foi classificada como um teste comercial e operacional e divulgada nesta segunda-feira (6).

O acordo de importação foi firmado entre a subsidiária da Petrobras na Argentina, a Petrobras Operaciones S.A (Posa), e a Gas Bridge Comercializadora, da multinacional argentina Pluspetrol. A Posa possui 33,6% de participação não-operada no campo de Rio Neuquén. A estatal informou que, contratualmente, tem a possibilidade de importar até 2 milhões de metros cúbicos de gás natural na modalidade interruptível, e que novas operações ocorrerão conforme as oportunidades comerciais sejam identificadas.

A diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, destacou a operação como um “marco relevante” devido à integração da infraestrutura da Petrobras na Argentina e no Brasil, afirmando que essa “solução logística e comercial abre uma nova possibilidade para importação de gás natural pelo Brasil“, reforçando o compromisso da empresa com o aumento da oferta e o desenvolvimento sustentável do mercado de gás.

Essa nova frente de importação visa aumentar a oferta de gás natural no Brasil e, consequentemente, atender a uma antiga queixa do setor industrial, que reclama do alto custo do insumo. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado em abril indicou que o gás para a indústria brasileira chega a ser dez vezes mais caro que o americano e o dobro do europeu.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia manifestado o empenho da companhia em escoar mais gás do pré-sal brasileiro como forma de reduzir os custos para o consumidor industrial.
Nessa linha, na sexta-feira passada, a estatal iniciou a contratação para a construção da plataforma P-91.

Esta será a 12ª unidade destinada ao campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, e tem o objetivo de consolidar Búzios como o maior campo produtor da Petrobras (atualmente é Tupi) e ampliar a relevância para o suprimento de gás nacional. A P-91 não apenas produzirá gás, mas também atuará como um hub (ponto de concentração), capaz de receber e escoar o gás produzido por outras plataformas do campo. O gás escoado será enviado ao Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), por meio do gasoduto Rota 3.