7 de outubro de 2025
NASA fica em silêncio sobre possível “morte” de sonda que
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Tudo leva a crer que a sonda Juno, que investiga Júpiter e algumas das maiores luas do gigante gasoso há pouco mais de nove anos, foi aposentada pela NASA. No site oficial da missão, diz que as operações iriam até 30 de setembro. Uma semana após o fim desse prazo, nenhuma declaração foi emitida a respeito.

Lançada em 2011, a espaçonave entrou na órbita de Júpiter em 5 de julho de 2016. Inicialmente, a missão tinha duração prevista de 20 meses, mas acabou se estendendo por quase uma década, superando de longe a vida útil planejada.

Representação artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter. Crédito: NASA images – Shutterstock

Juno sempre teve como principal objetivo conhecer Júpiter em detalhes, investigando sua formação, interior, atmosfera e campos magnéticos. Para isso, ela se concentrou em:

  • Investigar a composição: medir água e amônia na atmosfera profunda para entender a formação do planeta;
  • Mapear campos gravitacional e magnético: revelar detalhes do núcleo e das camadas de hidrogênio metálico;
  • Estudar a atmosfera: analisar ventos, tempestades e a Grande Mancha Vermelha;
  • Explorar polos e auroras: entender como partículas energéticas geram as auroras intensas;
  • Ajudar a compreender a formação do Sistema Solar: comparar Júpiter com planetas em outros sistemas.

Além do próprio Júpiter, a sonda aproveitou sobrevoos próximos para observar algumas das maiores luas do planeta:

  • Io: a lua mais vulcanicamente ativa do Sistema Solar, estudada por sua atividade e influência no campo magnético;
  • Europa: conhecida pelo oceano subterrâneo, analisada em campo magnético e superfície gelada;
  • Ganimedes: a maior lua do Sistema Solar, com investigações sobre gelo, água e campo magnético;
  • Calisto: observada quanto à superfície e sinais de atividade geológica.

Embora não pouse nem se aproxime tanto quanto missões específicas para esses satélites, as medições obtidas pela Juno ajudam a entender a interação desses corpos com Júpiter e seu ambiente magnético.

Ilustração mostra a sonda Juno em um voo próximo à lua Europa, de Júpiter. Crédito: Muratart – Shutterstock

NASA manteve sonda Juno ativa com múltiplas extensões da missão

A NASA prorrogou a missão várias vezes, sendo a última em 2021, quando anunciou que manteria as operações até 30 de setembro de 2025. Uma semana após o término desse prazo, e com o governo dos EUA parcialmente paralisado, ainda não há informações oficiais sobre a continuidade dos trabalhos.

A última extensão também ampliou os objetivos da missão. Em um comunicado emitido na época, Lori Glaze, diretora da divisão de ciências planetárias da NASA, destacou que a espaçonave poderia medir fenômenos e coletar informações que nenhuma outra tinha conseguido antes. E foi exatamente assim.

Nos últimos anos, ela sobrevoou Ganimedes, Europa e Io, fornecendo dados sobre geologia, composição e ambientes dessas luas. Também investigou o tênue sistema de anéis de Júpiter e continuou a mapear os campos magnéticos e gravitacionais do planeta.

Uma das capturas mais nítidas de Júpiter feitas pela sonda Juno. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Essas informações são essenciais para missões futuras, como a Europa Clipper, lançada em outubro de 2024 e prevista para chegar a Júpiter em 2030 para estudar a lua Europa. Encerrar os trabalhos da sonda Juno agora poderia deixar uma lacuna de anos nas observações científicas, segundo o site Space.com.

Devido à paralisação do governo dos EUA, a NASA não confirma se Juno ainda continua em funcionamento ou foi realmente desativada. A sonda não se enquadra em categorias consideradas essenciais, e seu financiamento para 2026 não é prioridade. Até que o governo retome as operações normais, o status e o futuro da missão permanecem incertos.

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Júpiter já foi duas vezes maior e ajudou a moldar o Sistema Solar

Um artigo publicado em maio na revista Nature Astronomy traz informações surpreendentes sobre Júpiter. O estudo revela como ele influenciou a formação dos outros planetas do Sistema Solar, agindo como um verdadeiro “arquiteto” cósmico ao moldar suas órbitas e reorganizar o disco de gás e poeira ao redor do Sol.

A pesquisa foi conduzida pelos cientistas Konstantin Batygin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e Fred Adams, da Universidade de Michigan, ambos nos EUA. Saiba tudo aqui.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/06/ciencia-e-espaco/nasa-nao-comenta-possivel-morte-de-sonda-que-investiga-jupiter/