
Já são mais de 200 casos em investigação por intoxicação de metanol. Duas mortes foram confirmadas tendo ligação direta com o químico e outras 12 estão em suspeita. Isso foi o suficiente para acender o alerta vermelho no Governo Federal, que resolveu criar um comitê para combater a crise.
A ação foi tomada em conjunto com membros da sociedade civil e tem o intuito de não só coibir as operações criminosas de adulteração de bebidas, mas também de tomar medidas protetivas. Segundo Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, “o governo precisa conjugar-se com a iniciativa privada e a sociedade civil para darmos contas dos problemas que enfrentamos”.
A reunião contou com a participação de dirigentes da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) e da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).
Objetivos do comitê e dimensão da crise
De acordo com o ministro, o comitê terá a função de trocar informações sobre boas práticas e anunciar previdências tomadas. Setores públicos e privados serão aliados no combate a crise. Eles deverão ter como foco a solução rápida dos problemas.
Para Lewandowski, a crise não acomete apenas a área da saúde, mas também o setor econômico. A importância deste mercado no Brasil é imensa, compondo cerca de 2% do PIB da nação. “Por isso, nossa preocupação é separar com bastante clareza aqueles que trabalham dentro da lei, atuando para fazer com que a economia brasileira avance, sem prejuízo de uma ação repressiva”, disse o ministro.
Conforme o ministro, é importante agir com veemência na hora de reprimir estabelecimentos e fornecedores. Apesar disso, ainda é necessário cautela, para não prejudicar um setor tão impactante em nossa economia.
“Precisamos separar o joio do trigo. Vamos atacar aqueles comerciantes que estão adulterando as bebidas de forma intencional. E vamos preservar aqueles comerciantes que estão atuando dentro da legalidade, e também os setores da indústria que estão cumprindo com seus deveres”, afirmou Ricardo.
Medidas repressivas para estabelecimentos e possíveis soluções
E as medidas repressivas seguem. Cerca de 15 estabelecimentos e 25 fornecedoras estão sendo investigados e já foram notificados. As notificações exigem que os estabelecimentos informem detalhes sobre a compra e fornecimento, incluindo dados do comprador e das bebidas consumidas por possíveis vítimas de intoxicação.
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Segundo o secretário nacional do Consumidor, Paulo Pereira, “O trabalho agora é de inteligência”. Com as informações coletadas será mais fácil identificar padrões e chegar aos possíveis criminosos envolvidos no esquema.

Pereira afirmou manter contato com centros de pesquisa em busca de soluções. Isso inclui testes rápidos, para criar mecanismos que garantam a qualidade das bebidas e protejam os consumidores.
Sintomas da intoxicação por metanol e o que fazer
Os principais sintomas de intoxicação incluem visão turva ou perda de visão (podendo causar cegueira), náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese. Ao identificá-los, procure imediatamente atendimento médico e contate o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), o CIATox local ou o CCI-SP (0800 771 3733). Oriente também quem consumiu a mesma bebida a buscar ajuda médica urgente.
As informações são da Agência Brasil.
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