O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu desculpas por ter dito que só começaria a se preocupar com os casos de intoxicação por metanol no dia em que começassem a adulterar Coca-Cola.
A declaração foi concedida durante uma entrevista na última segunda-feira (6) após ele se reunir com representantes do setor de bebidas. “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. Coca-Cola, até aqui, não”, falou Tarcísio.
Um dia depois, na noite de terça-feira (7), ele publicou um vídeo nas redes sociais com um pedido de desculpas. O vídeo começa com a palavra “errei”. “Acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva, que foi muito mal interpretada e que, de fato, não cabia naquele momento, em face da gravidade do que vem acontecendo”, continuou.
Tarcísio pediu perdão “às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos, aos comerciantes que estão vendo seus negócios sofrerem, aos que dão duro, ao público que quer uma ação firme do Estado, que quer segurança”.
O governador paulista ainda reconheceu que o pedido de desculpas não vai mudar o que falou. “Estou ciente das minhas limitações, das minhas falhas. Eu sei que o arrependimento não vai apagar o passado, mas ensina e vai nos ajudar na construção de um caminho que queremos”, concluiu Tarcísio de Freitas sobre a fala da Coca-Cola e do metanol.
São Paulo é o estado que concentra o maior número de casos de intoxicação por metanol e de mortos. De acordo com boletim da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo de terça-feira (7), são 176 casos, sendo 158 em investigação e 18 confirmados. Além disso, estão confirmados dez óbitos, com três deles confirmados por intoxicação e sete em investigação.
Padilha fez comentários sobre metanol e não foi criticado
No sábado (4), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também se pronunciou sobre o tema, mas não sofreu críticas como o governador de São Paulo, dias depois. Em entrevista a jornalistas, Padilha recomendou não consumir bebidas destiladas de origem duvidosa, justificando que elas não fazem parte da alimentação básica do brasileiro.
“Recomendo, na condição de ministro da Saúde, mas também como médico: evite, neste momento, ingerir um produto destilado, sobretudo os incolores, que você não tem a absoluta certeza da origem dele. Não estou falando de um produto essencial para a vida das pessoas, um produto da cesta básica. É um produto que é objeto de lazer. Não faz problema nenhum na vida de ninguém evitar o consumo desses destilados”, afirmou.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/sao-paulo/tarcisio-de-freitas-pede-desculpas-por-fala-sobre-metanol-e-coca-cola/
