10 de outubro de 2025
Anistia de Bolsonaro: Tarcísio retorna a Brasília para reforçar articulação
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Um cabo de guerra entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ambos do Republicanos, foi deflagrado nos bastidores da derrubada da MP do IOF. Ambos disputaram os votos do partido. No final do dia, o atual chefe do Palácio dos Bandeirantes venceu, a quem é atribuída pressão decisiva para fazer envelhecer a Medida Provisória que possivelmente iria injetar de R$ 17 bilhões a R$ 35 bilhões nos cofres do governo brasileiro.

O partido deu 29 votos a favor da perda de validade da MP, e apenas nove contrários. O Republicanos está na base do presidente Lula (PT) e comanda o Ministério de Portos e Aeroportos. Ao todo, foram 251 votos para encerrar a Medida Provisória, somando também de outros partidos contempladas com pastas do governo federal, como o MDB e o PSD.

Mesmo diante da vitória interna no partido, lideranças do Republicanos consideram que o plano principal de Tarcísio será a reeleição em São Paulo. No entanto, indícios indicam que até o mês de abril, quando acaba o prazo para desincompatibilização, o governador permanecerá avaliando os cenários e pode escolher concorrer à Presidência caso o governo Lula volte a tropeçar.

No Centrão e na oposição, deputados relatam que a derrota do governo tem digitais de Tarcísio. Expressam que o governador de São Paulo se dedicou para derrubar a MP, juntamente aos presidentes do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antônio Rueda. Por outra perspectiva, Motta atuou junto ao governo para viabilizá-la, buscando também aprimorar a imagem da Câmara com a proposta.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator da MP, reclamou no dia da votação. O parlamentar cita que foi formado um acordo para aprovação, quebrado pela suposta atuação da oposição. “Quebra de acordo. A disputa não é mais técnica, é eleitoral. Nesse jogo entrou Tarcísio, Ciro Nogueira e Antônio Rueda. Estão querendo prejudicar o governo pela campanha de 2026”, disse Zarattini.

Tarcísio não assumiu a atuação contra a MP, indo de frente aos relatos de deputados e lideranças do Congresso Nacional: “Estou totalmente focado nos desafios e nas demandas de São Paulo. Temos muitas ações e prioridades em andamento aqui no estado, e essa questão cabe ao Congresso”.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/10/vitoria-na-mp-aponta-acirramento-da-disputa-eleitoral-entre-lula-e-tarcisio/