
Os elefantes-asiáticos estão entre os maiores animais terrestres. No entanto, a população desta espécie tem caído drasticamente. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), hoje existem menos de 40 mil animais em todo o mundo.
Estes dados revelam um real perigo de extinção, e que se torna ainda mais delicado em função do herpesvírus endoteliotrópico dos elefantes, que afeta principalmente filhotes da espécie. Para reverter este cenário, pesquisadores do Reino Unido e do Brasil desenvolveram a primeira vacina contra a doença.
Vacina não apresentou efeitos colaterais
Os testes com o imunizante foram realizados em três elefantes-asiáticos adultos, com idades entre 18 e 49 anos, residentes no Zoológico de Chester, no norte da Inglaterra. Os animais receberam o vetor viral, dotado de duas proteínas do vírus. No total, foram quatro doses.
Os pesquisadores afirmam que as análises do sangue comprovaram que a vacina ativou as células T e que não foram verificados efeitos colaterais. Os resultados sugerem que o imunizante pode prevenir a forma letal da doença em filhotes entre um e oito anos de idade, o grupo de maior risco.

Além disso, a utilização da vacina pode apoiar programas de conservação da espécie. O vírus causa uma doença hemorrágica que pode matar os elefantes em até 24 horas. As informações são da Agência FAPESP.
Ainda não sabemos exatamente porque o vírus causa uma doença tão severa nos animais jovens, mas acredita-se que ele é passado dos mais velhos [naturalmente imunes] para os filhotes. Possivelmente isso ocorre enquanto estão sendo desmamados e os anticorpos passados por meio do leite materno diminuem. Nessa fase, o sistema imune do filhote não está completamente maduro e pode não combater o vírus adequadamente.
Falko Steinbach, professor da Universidade de Surrey, no Reino Unido, e coordenador do estudo
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Imunizante pode ser adaptado para outras espécies
- Outra vantagem da vacina é que ela pode ser armazenada e transportada em temperaturas entre 2 e 8°C, pelo menos por períodos curtos.
- Isso a torna adequada para condições de campo.
- Dessa forma, além de animais em cativeiro, populações selvagens poderiam receber o imunizante.
- Os autores do estudo ainda ressaltam que a tecnologia usada pode ser adaptada para vírus novos e emergentes em outras espécies ameaçadas de extinção.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature Communications.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/10/medicina-e-saude/com-participacao-do-brasil-nova-vacina-pode-impedir-a-extincao-de-especie-de-elefante/