A Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), por meio do Projeto Amazônico de Gestão Sustentável (PAGES), participaram da primeira reunião ordinária do Conselho do Mosaico Gurupi, realizada entre os dias 6 e 10 de outubro, em Santa Inês (MA).
O encontro marcou um passo histórico para a governança socioambiental da Amazônia oriental, com a posse dos novos conselheiros e conselheiras, a aprovação do Regimento Interno, a atualização do Plano de Ação e a eleição do cacique Antônio Wilson Guajajara, da Terra Indígena Caru, como primeiro indígena a presidir um mosaico de áreas protegidas no Brasil.
Para o novo presidente do Conselho do Mosaico Gurupi, Cacique Antônio Guajajara, foi muito importante a iniciativa, pois o é o maior Mosaico formado por terras indígenas no Brasil. “Estivemos durante dois dias aqui reunidos para formalizar o Conselho do Mosaico. Para nós é muito importante, porque é o maior Mosaico Formado por Terras Indígenas. Passamos os dias aqui dando posse aos conselheiros que fazem parte do Mosaico e para nós foi um prazer muito grande. Esperamos que possa trazer força pra defender as últimas florestas que existem no Maranhão, nas nossas terras indígenas”, almejou.
Os dois primeiros dias da reunião ocorreram em Santa Inês, com debates sobre a estruturação interna do Conselho e a definição de responsabilidades entre os membros. O evento foi organizado pela Associação Indígena Comunitária Wirazu, da Terra Indígena Caru, que integra a Secretaria Executiva do Conselho do Mosaico Gurupi.
Para o secretário de estado da Agricultura Familiar, Bira do Pindaré, “o diálogo permanente entre a SAF e as comunidades indígenas inseridas no PAGES é necessário para discutirmos a proteção territorial das áreas indígenas e tratarmos sobre políticas públicas que elevem a capacidade produtiva dessas populações. O reconhecimento do Mosaico simboliza um marco para o Maranhão como forma de respeitar e preservar suas histórias, seu povo e o meio ambiente.”
Durante a posse dos novos conselheiros, duas vagas foram destinadas ao Governo do Estado do Maranhão, uma ocupada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) e outra pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), que tem como suplente a SAF, por meio da Secretaria Adjunta de Povos Indígenas. A participação da SAF reforça o compromisso do Governo do Maranhão em apoiar iniciativas de sustentabilidade ambiental, autonomia dos povos indígenas e promoção do bem-viver, pilares também do PAGES, executado em parceria com o FIDA.
Nos dias seguintes, o grupo se deslocou para a Terra Indígena Caru, onde foram apresentados os resultados da reunião às comunidades e realizada a celebração do reconhecimento do Mosaico Gurupi, com a participação de lideranças indígenas, organizações locais, representantes de órgãos públicos e parceiros institucionais.
Para Mariana Nóbrega, coordenadora-geral do PAGES, o reconhecimento e a reestruturação do Mosaico Gurupi fortalecem a articulação entre povos indígenas, instituições públicas e projetos de desenvolvimento sustentável.“O Mosaico Gurupi simboliza um novo tempo para a Amazônia maranhense. O reconhecimento formal e a condução indígena desse processo reforçam que a proteção da floresta e o bem-viver caminham juntos. O PAGES tem orgulho de contribuir com esse esforço coletivo de governança, sustentabilidade e valorização das comunidades que cuidam do território”, afirmou.
Sobre o Mosaico Gurupi O Mosaico Gurupi, reconhecido oficialmente pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em 18 de julho de 2025, abrange a Reserva Biológica do Gurupi (Rebio Gurupi) e seis Terras Indígenas — Alto Turiaçu, Caru, Awá, Rio Pindaré, Araribóia (no Maranhão) e Alto Rio Guamá (no Pará). Considerado uma das regiões mais críticas de desmatamento da Amazônia, o território passa agora a consolidar um modelo de gestão integrada e participativa, construído com o protagonismo das comunidades locais.
O Mosaico Gurupi é um conjunto de áreas protegidas reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), abrangendo mais de 1,8 milhão de hectares de floresta amazônica entre o Maranhão e o Pará. Seu objetivo é promover a gestão integrada e participativa das Unidades de Conservação e Terras Indígenas, conciliando a conservação ambiental com o fortalecimento das comunidades locais, o respeito à diversidade sociocultural e o desenvolvimento sustentável da região.
*Fonte: Governo do Maranhão
Fonte: https://oimparcial.com.br/meio-ambiente/2025/10/saf-participa-da-primeira-reuniao-apos-reconhecimento-do-mosaico-gurupi-que-elegeu-primeira-presidencia-indigena-do-brasil/
