11 de outubro de 2025
IA promete maior eficiência no trabalho, mas prejudica o pensamento
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A inteligência artificial promete revolucionar o mercado de trabalho. A adoção da ferramenta pode aumentar a velocidade de alguns processos, aumentando consideravelmente a eficiência de algumas funções.

No entanto, nem tudo é positivo. Um artigo publicado no The Conversation aponta que, na pressa de adotar a IA, algumas organizações estão negligenciando o impacto real que ela pode ter sobre os trabalhadores e a cultura da empresa.

Diversas empresas têm acelerado a adoção da IA (Imagem: Stokkete/Shutterstock)

Consequências a longo prazo da IA costumam ser negligenciadas

  • No trabalho, Jordan Loewen-Colón, da Queen’s University, no Canadá, e Mel Sellick, da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, apontam que a maioria das estratégias se concentra nas eficiências de curto prazo da IA.
  • Entre elas estão a automação, velocidade e economia de custos.
  • Por outro lado, outros impactos da inteligência artificial costumam ser negligenciado.
  • Para eles, uma vez incorporada aos fluxos de trabalho, a ferramenta pode influenciar alguns padrões que normalmente são estabelecidos por humanos.
  • Eles citam como exemplo quais fontes aparecem primeiro, qual o tom de um memorando e onde os gerentes definem o padrão de “bom o suficiente”.
  • Um cenário que gera preocupações.

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Efeitos negativos para a criatividade e o pensamento crítico

Os pesquisadores estão começando a documentar uma série de efeitos psicológicos associados ao uso da IA no local de trabalho. Essas mudanças podem afetar a forma como as pessoas tomam decisões, calibram a confiança e mantêm a segurança psicológica em ambientes mediados pela tecnologia.

Um dos efeitos mais proeminentes é conhecido como “viés de automação”. Uma vez que a IA é integrada ao fluxo de trabalho de uma empresa, seus resultados são frequentemente internalizados como fontes confiáveis de verdade. Como os resultados gerados por IA parecem fluentes e objetivos, eles podem ser aceitos de forma acrítica, criando um senso inflado de confiança e uma perigosa ilusão de competência.

Artigo publicado no The Conversation

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Um dos riscos citados é que os trabalhadores passem a aceitar tudo o que a IA sugere (Imagem: tadamichi/Shutterstock)

Um estudo recente descobriu que, em 40% das tarefas, os trabalhadores do conhecimento – aqueles que transformam informações em decisões ou entregas, como escritores, analistas e designers – aceitaram os resultados da IA sem nenhum pensamento crítico.

Outra preocupação é a erosão da autoconfiança. O envolvimento contínuo com conteúdo gerado por IA leva os trabalhadores a questionar seus instintos e confiar demais na orientação da IA, muitas vezes sem perceber. Com o tempo, o trabalho muda da geração de ideias para a mera aprovação das geradas por IA. Isso resulta na diminuição do julgamento pessoal, da criatividade e da autoria original.

Artigo publicado no The Conversation

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Não podemos virar reféns da inteligência artificial (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

De acordo com os autores do artigo, as empresas que combinam velocidade com ceticismo e protegem o julgamento como um ativo de primeira classe lidarão melhor com a volatilidade do que aquelas que tratam a IA como um piloto automático. E são elas que devem prosperar no mundo da inteligência artificial.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/11/pro/ia-promete-maior-eficiencia-no-trabalho-mas-prejudica-o-pensamento-critico/