
Um casal encontrou uma lápide romana de 1900 anos em seu quintal em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Analises revelaram que o artefato é verídico e registra a morte de um soldado que viveu no século II. A origem do objeto é um mistério e pode estar ligada a um antigo caso da Segunda Guerra Mundial.
O arqueólogo D. Ryan Gray investigou o material. Segundo ele, é recorrente que pessoas procurem seu grupo na Universidade de Nova Orleans quando encontram objetos estranhos no quintal. “Muitas vezes acaba sendo algo natural que por acaso parece um artefato”, comentou em uma entrevista ao portal LiveScience.
Porém, nesse caso foi diferente. Daniella Santoro, uma antropóloga na Universidade de Tulane, e seu marido Aaron Lorenz fotografaram o material e, ao mostraram as imagens para Gray, o especialista reconheceu o objeto.
“Quando Daniella descreveu isso inicialmente, pensei que talvez fosse uma lápide do século XIX, retirada de um cemitério de Nova Orleans e depois descartada. No entanto, assim que vi a foto da inscrição, imediatamente suspeitei que fosse algo muito diferente”, disse o especialista.
Mistério da lápide romana passa por diferentes momentos históricos
A lápide tem cerca de 30 centímetros de largura e um texto romano gravado em uma das superfícies. A tradução desse conteúdo é: “Aos Espíritos dos Mortos, por Sexto Congênio Vero, soldado da frota pretoriana Misenense, da tribo dos Bessi [da Trácia], [que] viveu 42 anos [e] serviu 22 no exército, na trirreme [navio de guerra] Asclépio. Atílio Caro e Vécio Longino, seus herdeiros, fizeram-lhe [isto] com grande merecimento”.
Segundo Gray, o texto já havia sido registrado por arqueólogos há mais de 80 anos. Ele estava gravado em uma lápide encontrada em Civitavecchia, cidade antiga situada a 64 quilômetros de Roma. Após a Segunda Guerra Mundial, o artefato desapareceu: o museu italiano onde estava foi bombardeado, e a lápide foi considerada perdida por décadas.

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O arqueólogo relatou algumas hipóteses para a origem desse material. Segundo ele, um soldado dos EUA passando por Civitavecchia pode ter pegado a lápide e levado para seu país. Há também a chance de um colecionador de antiguidades ter encontrado o artefato e depois o vendido para um turista.
Embora sem resposta oficial, o casal está trabalhando com autoridades dos EUA e da Itália para devolver o material a seu país de origem. “Embora nunca saibamos exatamente como a lápide de Sextus Congenius Verus foi parar em Nova Orleans, sabemos que o item agora está seguro e está a caminho de ser devolvido para um local onde possa ser exibido adequadamente”, concluiu Gray.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/11/ciencia-e-espaco/lapide-romana-e-encontrada-em-jardim-nos-eua/