Educação: a ponte que conecta histórias e constrói o futuro das crianças

Em um país que celebra o Dia das Crianças com a promessa de um amanhã melhor, o verdadeiro presente reside na força da educação, que se revela como um motor potente de transformação social. Longe dos holofotes institucionais, a mudança acontece no encontro entre a paixão de quem dedica a vida a plantar sementes de conhecimento e o protagonismo de jovens que florescem ao se verem como autores da própria história.

Essa relação vibrante é personificada na educadora e escritora Sharlene Serra e na jovem acadêmica Maria Olívia Santos Jacinto Pelúcio, de 12 anos. Ambas, a partir de suas vivências, ilustram como a literatura e a educação, quando acessíveis e focadas no potencial individual, constroem uma sociedade mais inclusiva e consciente.

O sonho que virou voz

Idealizadora da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil (AMLIJ), Sharlene Serra, que tem formação em Desenho Industrial e Pedagogia, além de especialização em Educação Inclusiva, viu na literatura a chave para desbloquear o futuro. A AMLIJ nasceu de um “sonho antigo: dar às crianças e adolescentes um espaço de pertencimento no universo literário,” conta Sharlene.

A fundação da Academia enfrentou o receio de que crianças não teriam maturidade para assumir o papel de acadêmicos. No entanto, a realidade desmentiu a descrença. “O que vimos foi justamente o contrário,” afirma a educadora. “A verdade é que quando oferecemos confiança e oportunidade, elas florescem”.

Na prática, os jovens assumem papel de instrumento e reforçam a ideia de que a educação é um caminho coletivo. “Quando percebem que seus textos têm impacto, que podem ser lidos e inspirar outros, compreendem que a educação não é apenas um caminho individual, mas coletivo, capaz de transformar sua comunidade.”

Maria Olívia: o coração que pulsa nas escritas

Do outro lado dessa ponte literária, está Maria Olívia, uma jovem que encontra abrigo e autoconhecimento nos livros. Com afinidade natural pela leitura e escrita desde muito nova, Maria Olívia vê nas histórias e nos universos criados “uma coisa reconfortante e terapêutica”. Para ela a leitura e a escrita são ferramentas de entendimento profundo, ela acredita que “nos livros, você vê qualquer tipo de situação, a escrita pode te guiar, você se identifica com algo e entende quem você é.”.

Ao refletir sobre sua experiência, Maria conclui com um conselho: “A leitura é a sua melhor companheira, ela nunca te abandona, então nunca desista dela”.

A relação entre Sharlene e Maria Olívia é apenas um dos incontáveis frutos do impacto da educação com foco humano. É a educadora que, ao abrir um espaço de confiança, permite que a voz da criança se torne legítima, e é a jovem escritora que, ao se sentir ouvida, assume seu papel de agente de mudança.

Neste Dia das Crianças, a mensagem é clara: investir na educação, na literatura e no protagonismo infantil é a maneira mais eficaz de garantir que as próximas gerações escrevam o próximo, e melhor, capítulo da história da sociedade.