O BTG Pactual anunciou nesta segunda-feira (13) sua intenção de incorporar definitivamente o Banco Pan às suas operações, encerrando a negociação das ações da instituição na Bolsa de Valores. O movimento, que transformará o Pan em subsidiária integral do BTG, será executado em duas etapas e marca o fim da trajetória independente do banco que já pertenceu ao Grupo Silvio Santos.
Operação será feita em duas fases até o fim de 2025
De acordo com fato relevante divulgado ao mercado, a primeira etapa da incorporação será conduzida pelo Banco Sistema. Em seguida, o próprio Sistema será absorvido pelo BTG Pactual. A assembleia de acionistas que deliberará sobre a operação deve ocorrer em até quatro semanas, e a conclusão está prevista para o final de 2025.
Como contrapartida, os acionistas minoritários do Pan — exceto o BTG e o Banco Sistema — receberão 0,2128 unit do BTG Pactual para cada ação preferencial do Pan (equivalente a 4,7 ações do Pan por cada unit do BTG). As units do BTG, negociadas na B3, combinam ações ordinárias e preferenciais e encerraram esta segunda-feira em leve alta de 0,36%, cotadas a R$ 47,31.
BTG oferece prêmio de 30% sobre valor atual do Pan
Segundo o comunicado, o BTG Pactual está oferecendo um prêmio superior a 30% em relação ao fechamento do preço das ações do Pan nesta segunda-feira, que foi de R$ 7,70, com alta de 1,32% na B3. A instituição afirma que a incorporação busca “simplificar e otimizar” sua estrutura societária e administrativa, reduzindo custos redundantes e ampliando o acesso a capital para impulsionar novos projetos.
Histórico de controle e expansão
O BTG assumiu o controle do Banco Pan em 2021, ao adquirir por R$ 3,7 bilhões a fatia que pertencia à Caixa Econômica Federal, alcançando participação superior a 71%. Atualmente, o BTG detém 76,9% das ações do Pan, enquanto 21,6% estão em circulação na Bolsa (free float) e 1,5% permanecem sob controle da tesouraria.
O interesse do BTG pelo Pan começou em 2011, quando o banco de André Esteves comprou 37,64% do então Panamericano por R$ 450 milhões. Na época, o banco enfrentava uma grave crise financeira, após a descoberta de fraudes que geraram um rombo de R$ 2,5 bilhões. O negócio marcou o início da reestruturação que transformou o Pan em um dos principais players do crédito consignado e digital no país.
Mudanças no comando e perspectiva de mercado
Nos últimos meses, o mercado financeiro já especulava a incorporação, especialmente após mudanças na diretoria das instituições. Em fevereiro, André Luiz Calabro assumiu a presidência do Pan, após dois anos atuando como sócio do BTG Pactual em Situações Especiais.
Segundo o balanço do segundo trimestre de 2025, o Banco Pan possuía 32 milhões de clientes e R$ 57,8 bilhões em carteira de crédito. Com a integração total, o BTG deve consolidar sua posição no setor bancário digital e ampliar sua base de varejo, fortalecendo a estratégia de crescimento do grupo.
Conclusão: passo estratégico do BTG
Com a operação, o Banco Pan deixará de ter ações em circulação na B3 e passará a operar integralmente sob o controle do BTG Pactual. O movimento é visto por analistas como uma etapa natural de consolidação, voltada à eficiência administrativa e à valorização dos ativos do grupo comandado por André Esteves.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/btg-confirma-plano-de-integracao-total-do-pan/
