23 de outubro de 2025
Governo acumula superávit de R$ 32,2 bilhões até maio, apesar
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A Receita Federal divulgou nesta quinta-feira (23) que a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 216,7 bilhões em setembro de 2025. O valor representa um crescimento real de 1,43% em relação ao mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação.

De janeiro a setembro, o governo arrecadou R$ 2,1 trilhões, uma alta de 3,5% em termos reais — o melhor desempenho para o período em 25 anos. Mesmo com a economia crescendo em ritmo moderado, o volume de recursos nos cofres públicos segue em expansão, sustentado por setores mais aquecidos e pela melhora do mercado de trabalho.

IOF e Imposto de Renda puxam alta

O aumento da arrecadação foi impulsionado principalmente por três tributos. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros, teve salto de 33% em setembro e arrecadou R$ 8,45 bilhões.

Outro destaque foi o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos de capital, que cresceu 10% no mês, totalizando R$ 10,5 bilhões. As contribuições previdenciárias também tiveram desempenho positivo, com alta de 1,5% e arrecadação de R$ 58,2 bilhões, acompanhando o aumento dos salários e do número de trabalhadores formais.

De acordo com o relatório da Receita, os resultados refletem o impacto de reajustes salariais e o fortalecimento de segmentos como serviços, tecnologia e setor financeiro.

Queda em tributos corporativos e na indústria

Apesar dos números positivos, alguns impostos apresentaram queda em setembro. A arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) recuou 4,2% em termos reais. Segundo o órgão, o resultado é consequência da redução nos pagamentos por estimativa mensal — realizados com base na previsão de lucros — e também na apuração trimestral, que reflete os ganhos efetivos das empresas.

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 4,1%, afetado pela retração de 31,7% na arrecadação do setor automobilístico, um dos mais impactados pela desaceleração do consumo. Já a Cofins, tributo que incide sobre o faturamento das empresas, teve leve queda de 0,59% em relação ao mesmo mês de 2024.

Receita aponta estabilidade e tendência de crescimento

Segundo a Receita Federal, o desempenho geral mostra tendência de estabilidade e consolidação da arrecadação, com base na recuperação gradual da economia e na melhora do emprego. O órgão destacou ainda que, se forem desconsiderados fatores excepcionais ocorridos em 2024 — como pagamentos atípicos de grandes contribuintes —, o crescimento seria ainda maior: 3,7% em setembro e 4,9% no acumulado do ano.

O resultado reforça o cenário de resiliência da arrecadação, com ganhos concentrados em segmentos de serviços, bancos e tecnologia da informação, enquanto a indústria e o setor de combustíveis seguem apresentando recuo nas contribuições.

Para o governo federal, o desempenho robusto da receita reforça o espaço para o cumprimento da meta fiscal de 2025, apesar dos desafios de crescimento econômico e da pressão por mais gastos públicos.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/arrecadacao-federal-atinge-r-2167-bilhoes-em-setembro-e-tem-melhor-desempenho-em-25-anos/