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Diante da necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa, especialmente no contexto de eventos globais como a COP30, o setor de transporte marítimo — vital para o comércio mundial movimentando cerca de 80% do volume de cargas — avança em testes de tecnologias que visam à descarbonização. Um dos exemplos mais significativos é a adoção de velas rotativas em navios de carga, uma inovação que busca otimizar o uso de combustíveis fósseis e alinha o segmento à transição energética global.

A frente dessa inovação é representada pelo navio Sohar Max, um Valemax de 362 metros de comprimento e capacidade para 400 mil toneladas de carga. Após carregar minério de ferro em São Luís, o transportador segue em uma viagem que dura aproximadamente 45 dias em direção à China. A embarcação, construída em parceria com a armadora Asyad, de Omã, está equipada com a tecnologia de velas rotativas que utiliza a força do vento para auxiliar na propulsão.

“A Vale atua com navios altamente eficientes há muito tempo. Nos últimos anos, a empresa tem fomentado iniciativas para a adoção de energia eólica, que terá papel central na descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro”, afirma o diretor de Navegação da Vale, Rodrigo Vermelho.

A expectativa é que o avanço proporcione um ganho de eficiência de até 6% no consumo de combustível, o que se traduz em uma redução anual de até 3 mil toneladas de CO₂ equivalente por navio. O investimento em inovações como as velas rotativas, que exploram a propulsão eólica, posiciona a indústria naval na vanguarda das práticas de descarbonização, buscando preparar o mercado e a infraestrutura para uma matriz energética mais sustentável no transporte marítimo.

A implementação do sistema no Sohar Max conta com o apoio da mineradora Vale, que utiliza o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), no Maranhão, o principal terminal privado do Brasil, para escoar 100% da sua produção. O TMPM recebe anualmente cerca de 700 a 900 navios.