80 anos da ONU: 8 curiosidades sobre sua história

A Organização das Nações Unidas (ONU) chega aos 80 anos em 2025, consolidando-se como uma das instituições mais influentes da história contemporânea. Criada em 24 de outubro de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU nasceu com o propósito de evitar novos conflitos globais e promover a cooperação entre os países. A data é uma oportunidade de revisitar sua trajetória, conquistas e desafios diante de um cenário mundial cada vez mais complexo.

“A ONU pode ser interpretada quase como um espelho da humanidade, com todas as suas contradições, avanços e esperanças. Ao longo de oito décadas, foi palco de grandes decisões internacionais e também do debate sobre os limites da diplomacia frente às crises humanitárias”, analisa Luã Marins, professor de História e Diretor de Ensino da Inspira Rede de Educadores.

Curiosidades sobre a Organização:

Origem

A ONU foi criada em 24 de outubro de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de impedir que uma nova tragédia global acontecesse. O nome “Nações Unidas” foi sugerido pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, e refletia a união dos países que lutaram contra as potências do Eixo – a aliança militar formada por Alemanha nazista, Itália fascista e Japão imperial. A Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco, é considerada o documento fundador da nova ordem internacional.

De 51 países fundadores para 193 membros

Na assinatura da Carta, 51 países se comprometeram com os ideais de paz, segurança e cooperação, incluindo o Brasil. Atualmente, 193 países integram a ONU, sendo o mais recente o Sudão do Sul, que passou a fazer parte em 2011. Das 195 nações reconhecidas internacionalmente, as únicas que não são membros plenos são a Santa Sé (Vaticano) e o Estado da Palestina, ambos com status de Estados observadores não membros.

Bandeira da paz

O emblema da ONU mostra o mapa-múndi visto do Polo Norte, cercado por ramos de oliveira, que são o símbolo universal da paz. As cores azul e branca foram escolhidas para contrastar com o vermelho das bandeiras militares da época, reforçando a ideia de neutralidade, serenidade e esperança em tempos de reconstrução.

Um território internacional em Nova York

A sede da ONU, inaugurada em 1952, fica às margens do East River, em Nova York. O terreno é considerado território internacional, o que significa que não pertence oficialmente aos Estados Unidos. Dentro dele, circulam diariamente diplomatas e representantes de mais de 190 países, discutindo temas que vão da segurança global às mudanças climáticas.

Seis línguas oficiais

As seis línguas oficiais da ONU são árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo, buscando refletir a diversidade cultural e política do planeta. Durante as assembleias, intérpretes garantem que todos os discursos sejam traduzidos simultaneamente, promovendo a igualdade de compreensão e participação entre os países.

Prêmios Nobel e missões de paz

Ao longo de sua história, a ONU e suas agências já receberam 12 Prêmios Nobel da Paz, entre elas o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e as forças de manutenção da paz. Atualmente, mais de 70 mil militares e civis de diversas nacionalidades participam de missões em áreas de conflito, apoiando negociações, reconstruções e ações humanitárias.

O papel histórico do Brasil

O Brasil tem uma relação histórica com a ONU. O diplomata Oswaldo Aranha presidiu a sessão especial da Assembleia Geral em 1947, ano em que foi votada a resolução que permitiu a partilha da Palestina. Desde então, embora não haja norma escrita que o defina, o Brasil, por tradição, costuma ocupar o posto de primeiro país a discursar na abertura das Assembleias Gerais, gesto simbólico de sua longa trajetória no multilateralismo.

Agenda 2030: o futuro em pauta

Lançada em 2015, a Agenda 2030 é o plano mais ambicioso já proposto pela ONU. Ela reúne 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, acesso à educação e combate às mudanças climáticas. A iniciativa é hoje o principal guia global para governos, empresas e organizações pensarem em ações em prol de um mundo mais justo e equilibrado.