A Microsoft anunciou Mico, um novo avatar animado que dará rosto e voz ao Copilot, assistente de inteligência artificial da empresa. A novidade faz parte de uma reformulação “centrada no ser humano”, segundo a companhia, e busca tornar as interações com a IA mais naturais e empáticas. As informações são do portal ArsTechnica.
De acordo com a Microsoft, o projeto reflete a visão de que “a tecnologia deve trabalhar a favor das pessoas”, e não simplesmente ampliar o tempo de engajamento. A empresa afirma que a proposta do Mico é aprofundar conexões humanas e “ajudar o usuário a voltar à sua vida”, e não substituí-la.
Releitura moderna do clássico Clippy
A chegada do Mico trouxe comparações imediatas com Clippy, o assistente em forma de clipe de papel que acompanhava o Microsoft Office nos anos 1990. A própria empresa assumiu a nostalgia e incluiu um “easter egg” que permite transformar o Mico em uma versão animada do antigo mascote.
Jacob Andreou, vice-presidente corporativo de IA da Microsoft, comentou a relação entre os dois: “Clippy caminhou para que pudéssemos correr. Todos vivemos à sombra de Clippy”, brincou em entrevista ao The Verge.
Mas, diferentemente de Clippy — que auxiliava em tarefas objetivas como formatar um documento —, Mico surge em um contexto de interação emocional, no qual assistentes virtuais já são vistos por muitos como companheiros digitais.
O risco das relações parassociais com IAs
Especialistas alertam que a adição de um rosto simpático e uma voz acolhedora pode reforçar a criação de vínculos parasociais — relações unilaterais em que o usuário sente uma conexão emocional com uma figura que, na prática, não o conhece.
A Microsoft reconhece que quer construir uma IA “que conquiste a confiança” do público. A empresa afirma que o Mico “reage como alguém que realmente ouve”, oferecendo “conversas de voz mais naturais” e uma experiência “amigável e envolvente”.
Essa estratégia, no entanto, levanta preocupações sobre o limite entre humanização e manipulação emocional. Afinal, quanto mais “real” parecer o assistente, maior a tendência de o usuário tratá-lo como um amigo — e menor a resistência em confiar nele.

Entre os principais pontos do novo projeto da Microsoft estão:
- Tornar a IA mais acessível e empática;
- Aumentar a naturalidade das conversas de voz;
- Criar um design “amigável” e emocionalmente acolhedor;
- Manter o compromisso de segurança e transparência na IA.
Ainda não há clareza sobre o impacto que Mico terá junto aos usuários, mas o movimento mostra que a Microsoft aposta em uma abordagem mais emocional e interativa para a inteligência artificial — uma tendência que deve se intensificar nos próximos anos.
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