30 de outubro de 2025
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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,36% em outubro, após ter avançado 0,42% em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo das projeções do mercado, que esperava uma retração de 0,22%, de acordo com levantamento da Reuters.

A variação negativa do índice foi influenciada, principalmente, pelo comportamento dos preços no atacado, em especial das matérias-primas agropecuárias. A redução nos custos de produtos como leite, café e soja teve impacto direto na desaceleração do indicador.

Matérias-primas agropecuárias puxam a queda

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% da composição do IGP-M e reflete as variações de preços no atacado, recuou 0,59% em outubro. No mês anterior, o indicador havia apresentado alta de 0,49%.

“Em outubro, os preços ao produtor foram impactados pela queda de matérias-primas brutas agropecuárias de peso, como leite in natura, café em grão, soja em grão e bovinos”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

As matérias-primas brutas registraram deflação de 1,41%, revertendo o aumento de 1,47% observado em setembro. Segundo a FGV, o movimento reflete uma acomodação nos preços agrícolas, especialmente em itens de grande peso na cadeia produtiva, contribuindo para a redução do custo geral no atacado.

Energia elétrica puxa desaceleração no consumo

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% da estrutura do IGP-M, também desacelerou: passou de 0,25% em setembro para 0,16% em outubro. O grupo Habitação foi o principal responsável pela queda, influenciado pela redução nas tarifas de energia elétrica.

“Os preços ao consumidor registraram forte desaceleração, influenciada principalmente pelo grupo Habitação, com redução nas tarifas de energia elétrica residencial decorrente da mudança da bandeira tarifária, que passou de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1”, destacou o economista da FGV.

A tarifa de eletricidade residencial caiu 1,78% em outubro, após alta expressiva de 4,76% em setembro, o que contribuiu para amenizar a inflação percebida pelos consumidores.

Construção civil mantém estabilidade

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% da composição do IGP-M, registrou variação de 0,21% em outubro, repetindo o resultado do mês anterior.

O IGP-M, que mede a variação de preços no atacado, ao consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência, é amplamente utilizado para reajustar contratos de aluguel e tarifas públicas. O recuo de outubro traz um alívio para consumidores e empresas, reduzindo pressões inflacionárias em diversos setores da economia.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/igp-m-cai-036-em-outubro-e-surpreende-mercado-com-recuo-acima-do-esperado/