3 de novembro de 2025
Os segredos da ilha brasileira comparada ao Caribe
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Águas cristalinas em tom de azul-turquesa, areia branca e paisagens de tirar o fôlego. À primeira vista, a descrição poderia ser do Caribe, mas retrata a Ilha do Campeche, localizada no leste de Florianópolis (SC). Com 62,5 hectares, a ilha conhecida como “Caribe catarinense” impressiona pelas praias paradisíacas e atrai visitantes pelo valor histórico e cultural.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2000, Campeche concentra a maior quantidade de oficinas líticas (lugar onde humanos produziam ferramentas de pedra na pré-história) e gravuras rupestres do litoral brasileiro, segundo a prefeitura de Florianópolis. No passado, a ilha serviu como ponto estratégico no complexo de caça às baleias.

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Transporte regulamentado e controle de turistas para preservação da natureza

Embarcações autorizadas levam visitantes à Ilha do Campeche, partindo de três pontos principais: o canal da Barra da Lagoa, a praia do Campeche e a armação do Pântano do Sul. Segundo o subsecretário de Turismo de Florianópolis, Renê Meneses, cada trajeto oferece uma experiência única, mas o passeio pelo canal da Barra se destaca por passar por diversas praias paradisíacas antes de chegar à ilha.

Para conhecer o local, os turistas precisam fazer um cadastro no site da prefeitura de Florianópolis, para emitir a autorização individual de entrada gratuita e seguir as regras de visitação. A medida assegura que o turismo seja compatível com a preservação ambiental e arqueológica do local.

De acordo com o primeiro-secretário da Associação de Barqueiros Transportadores da Praia do Campeche (ABTC), Rodrigo Farias, o deslocamento até a ilha é feito em embarcações infláveis, com capacidade para seis passageiros por vez. O ponto de embarque fica na praia do Campeche e o trajeto até a ilha leva cerca de cinco minutos.

O acesso à Ilha do Campeche é controlado e realizado apenas por embarcações autorizadas.Acesso à Ilha do Campeche é controlado e realizado apenas por embarcações autorizadas. (Foto: Allan Carvalho/Prefeitura de Florianópolis)

As travessias começam às 9h e os visitantes podem permanecer na ilha até as 15h. “O valor do transporte é de R$ 200 por pessoa e levamos, no máximo, 73 visitantes por dia”, informou Farias. 

A limitação da visitação pública é de 770 turistas por dia, podendo chegar a 800 pessoas entre os meses de dezembro e abril. O número pode mudar com a aprovação do Plano de Manejo, que apresentará estudos complementares para reavaliação da quantidade de visitantes e ocupantes, visando à proteção, conservação e uso público. A expectativa da prefeitura é finalizar o plano até o início do próximo ano, ainda durante a temporada de verão.

O que encontrar na Ilha do Campeche

  • Praias de areia branca e águas cristalinas;
  • Trilhas terrestres e subaquáticas para explorar a biodiversidade local;
  • Sítios arqueológicos com inscrições rupestres e oficinas líticas;
  • Monolito com cerca de 9 metros de altura.
As águas azul-turquesa e a areia branca da Ilha do Campeche renderam ao local o apelido de “Caribe catarinense”As águas azul-turquesa e a areia branca da Ilha do Campeche renderam ao local o apelido de “Caribe catarinense” (Foto: Allan Carvalho/Prefeitura de Florianópolis)

A prefeitura de Florianópolis transformou a área em Unidade de Conservação (UC) ao criar o Monumento Natural Municipal da ilha do Campeche (Mona). A gestão, antes sob responsabilidade do Iphan e mediada pela Justiça Federal, passou para a capital catarinense, por meio da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).

O objetivo é regulamentar o turismo, controlar o acesso e proteger os atrativos naturais e históricos da ilha, especialmente durante a alta temporada. A unidade de conservação prevê melhorias na fiscalização ambiental para coibir atividades proibidas e crimes contra a natureza.

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Florianópolis usa tecnologia para fiscalização e segurança na ilha do Campeche

Para contribuir com a segurança durante o turismo na ilha do Campeche, o município promete dotar o perímetro com tecnologias de videomonitoramento, drones com câmera térmica, uso de novos softwares de inteligência e cruzamento de dados entre diferentes bases de registro.

As equipes de fiscalização atuarão com foco no transporte irregular, ambulantes ilegais, no combate à falsificação de bebidas alcoólicas e na montagem indevida de barracas e construções ilegais. “É assim que conseguimos conciliar turismo e preservação ambiental de forma responsável”, reforçou o subsecretário de Turismo, Renê Meneses.

A limitação da visitação pública na Ilha do Campeche é de 770 turistas por dia, podendo chegar a 800 pessoas entre os meses de dezembro e abril. A limitação da visitação pública é de 770 turistas por dia, podendo chegar a 800 pessoas entre os meses de dezembro e abril. (Foto: Allan Carvalho/Prefeitura de Florianópolis)

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis, Alexandre Waltrick, os recursos obtidos pela unidade de conservação serão direcionados à implementação, manutenção e gestão da área, incluindo programas de visitação controlada, educação ambiental e patrimonial, e pesquisas voltadas ao manejo adequado do local.

“Isso proporciona qualidade de vida para as comunidades do entorno, fortalece o turismo responsável e assegura que esse legado permaneça para as futuras gerações”, disse Waltrick.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/santa-catarina/segredos-ilha-brasileira-comparada-ao-caribe/