A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro divulgou, nesta segunda-feira (3), uma lista com 115 dos 117 civis mortos na Operação Contenção. Ao todo, 121 pessoas morreram, incluindo quatro policiais. Com esse saldo, a operação é a mais letal da história brasileira.
De acordo com a polícia, mais de 95% dos corpos identificados tinham alguma ligação com o Comando Vermelho. O trabalho também concluiu que 59 deles tinham mandados de prisão pendentes, enquanto 17 não possuem histórico criminal. Além disso, 97 dos nomes possuem, segundo o governo, “histórico criminal relevante”, e 12 possuem indícios de participação no tráfico em postagens nas redes sociais.
Apesar de ocorrer no Rio de Janeiro, a operação também matou 62 criminosos de outros estados que estavam nas favelas fluminenses. A maioria deles (19) é do Pará e do Amazonas (12).
Em reação ao relatório, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que as conclusões reforçam que a Operação Contenção representou “um duro golpe na criminalidade”. Ele disse que a ação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e as polícias fluminenses representa “o início de um grande processo no Brasil”.
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Divulgação ocorre antes de reunião com Moraes
A divulgação ocorre horas antes de uma reunião prevista entre o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Cláudio Castro (PL), que deverá ocorrer às 11h. A audiência também contará com a participação do secretário de Segurança Pública, Victor Santos, do secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, do secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira e do diretor da Superintendência-Geral de Polícia Técnica Científica, Waldyr Ramos.
Moraes assumiu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635 (ADPF das favelas) após a aposentadoria do então relator, o ministro Luís Roberto Barroso. Após a operação, o ministro cobra do governo fluminense detalhes sobre o planejamento e execução da operação.
A principal dúvida de Moraes é quanto à proporcionalidade do uso da força nas operações. Felipe Curi defende a neutralização dos criminosos: “Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas.” Em conclusão, ele diz que os criminosos mortos “são narcoterroristas que saíram do anonimato.”
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/brasil/policia-civil-identifica-115-mortos-na-operacao-contencao/
