4 de novembro de 2025
Senha que Museu do Louvre usava em seu sistema de
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O Museu do Louvre, um dos mais importantes e visitados do mundo, está no centro de uma polêmica envolvendo falhas graves em seus sistemas de segurança. Auditorias privadas revelaram vulnerabilidades significativas na infraestrutura responsável pela proteção do acervo e dos visitantes, incluindo softwares desatualizados e senhas consideradas extremamente fracas — entre elas, a senha “Louvre” para acesso ao sistema de vigilância por vídeo.

Os relatórios, divulgados pelo jornal Libération, apontam que esses problemas persistem há ao menos dez anos. A ministra da Cultura da França, Rachida Dati, reconheceu as falhas, que antes eram negadas oficialmente. Agora, o governo admite que lacunas estruturais no sistema podem ter facilitado o roubo de joias da coroa ocorrido no dia 19 de outubro.

Sistemas defasados e software sem suporte

Segundo os documentos, oito programas essenciais para a segurança do Louvre não recebem atualizações há anos. Entre eles está o Sathi, ferramenta da Thales adquirida em 2003 para supervisionar câmeras e controlar entradas. Um levantamento técnico de 2019 já indicava que o software não era mais mantido pela fornecedora, que confirmou não haver contrato ativo nem contato do museu para renovação.

Relatórios apontam que problemas de segurança persistem há ao menos dez anos no Louvre (Imagem: Resul Muslu / Shutterstock.com)

Outro ponto crítico revelado pelas auditorias é que, em 2021, o sistema Sathi ainda operava em um servidor com Windows Server 2003, descontinuado pela Microsoft desde 2015. Essa combinação de sistemas ultrapassados comprometeu não apenas a segurança patrimonial, mas também a integridade física de funcionários e visitantes.

Invasão facilitada e falhas humanas

Os testes realizados por especialistas em cibersegurança mostraram que era possível acessar a rede interna do Louvre a partir de computadores comuns e, a partir daí, manipular câmeras e permissões de acesso. Em alguns casos, as invasões poderiam ser feitas remotamente, sem presença física no museu.

Além disso, senhas inadequadas expuseram ainda mais o sistema. A Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação identificou códigos como “LOUVRE” e “THALES” utilizados para acessar servidores críticos, revelando descuido básico em práticas de segurança digital.

Louvre em Paris, na França
Senhas inadequadas expuseram ainda mais o sistema do museu (Imagem: Vvoe/Shutterstock)

Entre os pontos destacados pelas auditorias:

  • possibilidade de invasão a partir de computadores administrativos
  • alterações não autorizadas em permissões de crachás
  • acesso remoto aos sistemas de vídeo

Enquanto isso, quatro suspeitos do roubo foram presos. As autoridades dizem acreditar que os criminosos são amadores, o que reforça a suspeita de que as fragilidades tecnológicas facilitaram o crime. Segundo a promotora Laure Beccuau, trata-se de um tipo de delinquência incomum para o nível de segurança esperado em uma instituição desse porte.

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As revelações sobre as vulnerabilidades no Louvre indicam que o museu enfrentava uma infraestrutura obsoleta e negligenciada, evidenciando a necessidade urgente de modernização para evitar novos incidentes. Com o caso sob investigação, cresce a pressão pública e governamental para reforçar as defesas de um dos principais símbolos culturais do mundo.

O post Senha que Museu do Louvre usava em seu sistema de vigilância era “Louvre” apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/11/04/seguranca/senha-que-museu-do-louvre-usava-em-seu-sistema-de-vigilancia-era-louvre/