Indústria brasileira volta a perder fôlego em setembro e mostra cenário de fragilidade

A produção industrial do país recuou novamente em setembro, confirmando a dificuldade do setor em ganhar ritmo ao longo de 2025. Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira mostrou queda de 0,4% em relação a agosto, mês em que havia sido registrado um leve crescimento.

Mesmo com a retração, o resultado ficou dentro das expectativas do mercado financeiro consultado pela Reuters. Na comparação com setembro do ano passado, houve crescimento de 2,0%.

O setor industrial encerrou o terceiro trimestre praticamente estável, com avanço de 0,1%, repetindo o desempenho modesto visto nos primeiros seis meses do ano. Segundo o IBGE, a produção nacional permanece bem abaixo do seu melhor momento histórico, registrado em maio de 2011, com uma distância de 14,8%.

Metade das atividades analisadas tiveram redução, o que reforça a falta de tração do setor. Produtos farmoquímicos e farmacêuticos registraram a maior queda no mês, seguidos por indústrias extrativas e pelo grupo de veículos automotores, reboques e carrocerias.

Apesar do cenário negativo, alguns segmentos escaparam da tendência de baixa. A produção de alimentos acumulou o terceiro mês seguido de alta, com crescimento de 1,9% em setembro e expansão total de 4,4% nesse período.

Entre as categorias econômicas, bens de consumo duráveis apresentaram recuo de 1,4%, enquanto os bens intermediários caíram 0,4%. Os bens de consumo semi e não duráveis tiveram leve redução. O único resultado positivo entre os grandes segmentos foi o de bens de capital, com pequena alta.