4 de novembro de 2025
Contra Sergio Moro em 2026, PDT se alia ao PT
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O deputado estadual Requião Filho (PDT) será cabeça de chapa na disputa para governador do Paraná em 2026 com o objetivo de impedir que o senador Sergio Moro (União Brasil) seja eleito. E ele terá o apoio do PT, partido que deixou em abril deste ano por não concordar com questões internas e de estratégias para eleições, tanto municipais como estaduais.

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A confirmação da composição do PDT com a Federação Brasil da Esperança, que tem PT, PCdoB e PV, foi feita ao lado do presidente do PT no estado, o deputado estadual Arilson Chiorato, a ministra de Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, e o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Enio Verri.

“Apoio não se nega”, declarou Requião Filho à Gazeta do Povo. “A nossa leitura é de que essa é a única candidatura passível de ganhar do Moro no segundo turno no ano que vem. Temos um inimigo em comum, que seria a gestão Sergio Moro, que não tem propostas para o estado”, explicou.

Uma pesquisa da Futura/Apex, divulgada em 17 de outubro, mostrou que Requião Filho é, hoje, o mais competitivo contra Moro no segundo turno: 55,6% de Moro contra 33,1%. O deputado do PDT ganharia de Alexandre Curi (PSD), Darci Piana (PSD) e Guto Silva (PSD) e empataria tecnicamente com Rafael Greca (PSD) e Beto Richa (PSDB).

Requião Filho conseguiu na Justiça deixar o PT sem perder o mandato. E saiu criticando a sigla por não apostar em candidaturas próprias, como ocorreu em 2024 nas eleições municipais em Curitiba — integrou a chapa liderada por Luciano Ducci (PSB), que teve o deputado estadual Goura (PDT) como vice. E como ocorreria e, agora fica confirmado, em 2026, sem um nome puro do PT para concorrer.

O deputado se mudou em julho para o PDT junto com o seu pai, o ex-senador e ex-governador Roberto Requião. Na ocasião, disse que a preocupação do PT no Paraná era “eleger deputados federais e fazer a reeleição do Lula”.

Além disso, a escolha pelo PDT foi definida após um convite do presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, para “colaborar com uma proposta nacional” de governo.

Crítico do PSB em 2024, Requião Filho diz que partido será “bem-vindo”

Requião Filho não gosta da comparação de que o desenho para 2026 é semelhante ao de 2024 em Curitiba, apesar da união da Federação Brasil da Esperança com o PDT. Isso mesmo se o PSB acabar integrando a chapa.

“Em 2024, o discurso era envergonhado, um discurso de direita. O Paraná precisa de um discurso mais firme, nacionalista, com uma pegada democrática, de defesa da democracia, desenvolvimento e justiça social. Precisamos de propostas”, apontou o deputado estadual.

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Entretanto, ele disse que o PSB será “muito bem-vindo” para compor uma frente progressista no ano que vem. Mas com condições. “O PSB, se quiser compor, vai precisar ter coragem de vestir a camisa e encampar nossas bandeiras”, cobrou.

No ano passado, a chapa Luciano Ducci-Goura ficou com 19,44% dos votos válidos no primeiro turno, na terceira colocação, ficando fora do segundo turno disputado por Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (na época no PMB, hoje no União Brasil). Pimentel venceu a eleição com 57,64% dos votos válidos.

Composição PT-PDT define também candidatos à Câmara e Senado

A composição com a Federação Brasil da Esperança vai além da disputa para o governo do Paraná em 2026 com Requião Filho. Em jogo também estão vagas para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Segundo fontes ouvidas pela Gazeta do Povo, a possibilidade mais concreta hoje é de que Roberto Requião seja candidato a deputado federal para não dividir forças na corrida para o Senado, da qual o PT não abre mão de ter um candidato próprio e que represente o conjunto dos partidos progressistas no estado.

O nome do PT é Enio Verri. Ele renunciou ao cargo de deputado federal no início de 2023 para assumir o cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu — a Constituição Federal não permite que deputados e senadores ocupem cargos em empresas públicas. Dessa maneira, a análise no partido é de que PT manteria protagonismo na disputa local em 2026 mesmo sem um candidato ao governo do Paraná.

  • Metodologia da pesquisa citada: 800 entrevistados pela Futura/Apex entre os dias 8 e 10 de outubro de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 3,5 pontos percentuais.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/contra-sergio-moro-2026-pdt-aliado-pt-requiao-filho/