O Brasil apresentou uma proposta ousada durante as discussões da COP30, em Belém: a criação de um imposto climático sobre jatinhos e passagens de classe executiva. A medida faz parte do chamado “Roteiro de Baku a Belém”, plano brasileiro que visa levantar US$ 1,3 trilhão para financiar ações de combate às mudanças climáticas.
Brasil quer taxar aviação de luxo para financiar o clima
O projeto, defendido pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, prevê a cobrança de um tributo sobre voos executivos e passagens premium, considerados grandes emissores de carbono. A proposta já conta com apoio de um grupo de países liderados pela França e pela Espanha, que discutem um modelo semelhante de “imposto sobre transporte aéreo exclusivo”.
Segundo Corrêa do Lago, a taxa poderia se tornar um exemplo de compromisso concreto para levantar recursos globais. “Tivemos em Sevilla essa proposta de cerca de dez países, da taxa para jatos e business class. É um exemplo do que pode ser feito”, afirmou o embaixador.
Imposto global sobre finanças também está em estudo
O mesmo documento elaborado pelo governo brasileiro também sugere a criação de um tributo internacional sobre transações financeiras. A ideia é inspirada em uma espécie de CPMF global, com potencial de gerar até 70% do valor necessário para o financiamento climático mundial.
De acordo com o texto, investidores institucionais administram hoje mais de US$ 180 trilhões em ativos. Uma realocação mínima de 0,5% desses recursos poderia render cerca de US$ 900 bilhões por ano.
Meta é arrecadar mais de US$ 1 trilhão por ano
As propostas fazem parte da estratégia do Brasil para transformar o sistema financeiro internacional e garantir recursos sustentáveis para projetos ambientais. O objetivo é ambicioso: reunir mais de US$ 1 trilhão anuais destinados a medidas de mitigação e adaptação climática, especialmente em países em desenvolvimento.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/brasil-propoe-imposto-climatico-para-jatinhos-e-classe-executiva/
