Tornado F3 no Paraná é um dos maiores registrados no Brasil

A tragédia climática que atingiu o estado do Paraná na noite desta sexta-feira (7) foi provocada por um dos tornados mais intensos registrados no Brasil. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), os ventos que atingiram a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do estado, chegaram a 250 km/h, o que significa que o fenômeno natural pode ser classificado como um tornado F3, conforme a escala Fujita.

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Inicialmente, o tornado foi classificado como um F2 com a ressalva do órgão de meteorologia paranaense de que o fenômeno poderia ser enquadrado como F3 após análise das imagens de satélites e também de vídeos e fotos aéreas para avaliação dos estragos. Segundo o governo do Paraná, 90% das casas e residências comerciais do município foram destruídas pelo tornado.

Tornado mais intenso do Brasil teve ventos de 300 km/h

O tornado mais violento já registrado no Brasil atingiu a cidade de Itu (SP), em 1991, quando foi classificado como F4, com ventos de até 300 km/h. O tornado derrubou um obelisco de 100 toneladas, arrastou veículos por 700 metros e causou 15 mortes.

Em 2018, um tornado F3 atingiu o Rio Grande do Sul com ventos acima dos 200 km/h com estragos entre as cidades de Coxilha e Tapejara. Duas pessoas morreram na tragédia climática. Três anos antes, uma comunidade rural em Francisco Beltrão (PR) também foi destruída por uma tornado com ventos de aproximadamente 120 km/h.

Confira a classificação pela escala Fujita

A escala Fujita, desenvolvida pelo meteorologista Tetsuya Theodore Fujita em 1971, é utilizada para classificar a intensidade dos tornados com base nos danos causados pelas velocidades dos ventos, variando de F0 a F5. Em 2007, a escala foi aprimorada para a chamada Escala Fujita Aprimorada (EF), que mantém a classificação de 0 a 5, mas refina a estimativa de velocidade do vento com base nos danos observados em construções modernas.

• F0: danos leves, ventos entre 105 a 137 km/h, danos superficiais em casas e vegetação.
• F1: ventos entre 138 a 177 km/h, danos moderados, como telhados danificados e árvores quebradas.
• F2: ventos entre 178 a 217 km/h, danos consideráveis, destruição de estruturas pequenas e prevalência de destelhamentos.
• F3: ventos entre 218 a 266 km/h, danos severos, destruição parcial de casas e prédios, derrubada de árvores grandes.
• F4: ventos entre 267 a 322 km/h, danos violentos, destruição total de casas bem construídas, carros arremessados.
• F5: ventos maiores que 322 km/h, danos extremos, destruição completa de estruturas, arranque de fundações e grande devastação.

Como ocorre a formação do tornado

Um tornado é um fenômeno atmosférico extremamente violento que se forma a partir de tempestades intensas, particularmente de nuvens chamadas supercélulas. A formação de um tornado inicia quando duas massas de ar com características opostas (uma massa fria e densa e outra quente e menos densa) se encontram.

Essa diferença de temperatura e pressão cria correntes de ar ascendentes e descendentes que geram um centro de baixa pressão, em que o ar começa a girar com alta velocidade formando um funil a partir da base da nuvem. Quando esse funil alcança o solo, temos um tornado propriamente dito, visível graças à condensação da umidade e ao levantamento de poeira e detritos pelo vento.

As etapas na formação dos tornados:

• Encontro de duas massas de ar com diferentes temperaturas e densidade (massa fria e massa quente).
• Formação de uma tempestade supercélula com correntes de ar ascendentes giratórias.
• Criação de uma área de baixa pressão com ventos em movimento rotatório.
• Formação de um funil rotativo que cresce até tocar o solo, formando o tornado visível.