Destinos do Paraná atraem turistas estrangeiros

O turismo paranaense tem registrado um avanço animador na chegada de visitantes estrangeiros. Os roteiros valorizam não apenas Foz do Iguaçu e Curitiba, mas também pequenos municípios.

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Entre janeiro e setembro, o estado recebeu 826.725 visitantes internacionais — alta de 22% sobre 2024. O Paraná aparece como o quarto principal destino do país, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os dados são da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

Argentina e Paraguai continuam como os maiores emissores de turistas, seguidos por Uruguai e Chile. O diretor-presidente da Viaje Paraná (órgão de turismo ligado ao governo estadual), Irapuan Cortes, destaca o resultado do trabalho integrado de promoção.

“O Paraná representa 11% de todos os turistas internacionais que entraram no país. Isso é reflexo de um grande trabalho de promoção que estamos realizando, em diversas frentes”, afirma.

Enquanto Curitiba e Foz do Iguaçu seguem em alta, cidades menores ganham visibilidade com experiências diferentes e contato direto com a natureza. Entre as atrações escolhidas pelos turistas internacionais estão os cânions e cachoeiras de Prudentópolis; a Angra Doce, de Ribeirão Claro; e as colônias europeias, que surpreendem em sabores e paisagismo cultural.

Cachoeiras, cânions e trilhas marcam destinos turísticos no Paraná

Entre os destinos não tão conhecidos do Paraná, Prudentópolis é um dos que mais impressionam estrangeiros. No centro-sul do estado e a apenas 200 quilômetros da capital, o município fundado por imigrantes ucranianos no fim do século XIX preserva idioma, tradições e arquitetura.

Também exibe uma das maiores concentrações de cachoeiras do Brasil — mais de 100 quedas d’água, algumas com quase 200 metros de altura. As trilhas atravessam florestas de araucárias e levam a saltos como o São Francisco, com 196 metros de altura e o São João, com 84 metros de altura e acesso gratuito.

Com águas cristalinas e natureza exuberante, Angra Doce de Ribeirão Claro desponta como um dos destinos mais promissores do turismo sustentável no Norte Pioneiro do Paraná. (Foto: Arnaldo Alves/Governo do Paraná)

A 270 quilômetros de Curitiba, Sengés é outro exemplo de potencial em ascensão entre os destinos no Paraná. Cercada por cânions e cachoeiras, a cidade abriga o impressionante Cânion do Rio Jaguaricatú, com paredões de até 100 metros de altura.

Além disso, o município, conhecido como “capital da madeira”, exibe cenários de extensas florestas. Na região do Norte Pioneiro paranaense, a Angra Doce de Ribeirão Claro forma outro roteiro que cresce em popularidade.

A área abrange 15 municípios às margens do Rio Paranapanema e combina esportes aquáticos, mirantes e culinária regional. Com 400 quilômetros quadrados de águas azuis, o reservatório da Usina de Chavantes atrai mergulhadores, praticantes de canoagem e grupos de motociclistas.

Entre formações rochosas e quedas d’água, o Cânion de Sengés destaca-se como um dos destinos naturais mais surpreendentes e ainda pouco explorados do Paraná. (Foto: Fran Camargo/Prefeitura de Sengés)

Cultura e gastronomia europeia atraem turistas aos Campos Gerais

Entre Rios, distrito de Guarapuava, preserva com orgulho a herança dos colonos suábios que por lá chegaram há mais de 60 anos. A apenas 18 quilômetros da sede do município, o local reúne cinco colônias eslavo-germânicas que mantêm viva a língua, a música, as danças e a gastronomia trazidas da Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Cerca de 500 famílias suábias desembarcaram na região entre 1951 e 1952, atraídas pela promessa de recomeço no Brasil. Elas transformaram a paisagem rural em um polo de prosperidade agrícola e cultural. As casas decoradas, as ruas impecavelmente cuidadas e as festas típicas revelam o cuidado de um povo que encontrou, entre montes e rios, um novo lar.

A gastronomia de Entre Rios traduz essa história em sabores. Pratos como o joelho de porco (eisbein), chucrute e salsichas dividem espaço com tortas e doces tradicionais que encantam os visitantes.

Por fim, Carambeí, uma das colônias holandesas mais antigas do Brasil, reforça a diversidade dos destinos no Paraná. Fundada em 1911, abriga o Parque Histórico, com réplicas de vilas, museus e o tradicional moinho holandês. O espaço celebra o legado dos colonos que transformaram o leite e o queijo em símbolos econômicos e culturais da região.

Em Carambeí, o Museu Parque Histórico preserva a herança holandesa e reforça o turismo no Paraná com arquitetura, gastronomia e cultura típicas dos colonos. (Foto: Ana Paula Bonfim/Museu de Carambeí)