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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (10/11), durante a abertura da COP30 em Belém (PA), que este é “o momento de impor uma nova derrota aos negacionistas” climáticos, criticando líderes globais que rejeitam políticas ambientais. Em seu discurso, Lula destacou eventos climáticos extremos recentes, como o tornado que matou seis pessoas no Paraná e o furacão Melissa, que deixou cerca de 60 mortos no Caribe no fim de outubro.

Segundo o presidente, movimentos contrários à ciência tentam desacreditar instituições e dificultam o avanço das políticas ambientais. Ele afirmou que “os obscurantistas rejeitam as evidências científicas e os progressos do multilateralismo”, além de utilizar algoritmos para espalhar desinformação, medo e ataques a instituições e universidades. Lula ressaltou que o mundo está na direção certa desde o Acordo de Paris, mas avança em ritmo insuficiente. “Sem o Acordo de Paris, estaríamos caminhando para um aquecimento catastrófico de quase cinco graus até o fim do século. No ritmo atual, ainda nos aproximamos de ultrapassar 1,5ºC — uma barreira que não podemos romper”, alertou.

O discurso também fez referência à resistência de líderes internacionais, principalmente ligados à extrema-direita, à agenda climática. Estados Unidos e Argentina não enviaram delegações à COP, e o presidente americano Donald Trump criticou o evento na véspera, citando a construção da Avenida Liberdade, no Pará, em comentário irônico sobre políticas ambientais brasileiras.

Lula enfatizou que os impactos das mudanças climáticas já são vivenciados atualmente e atingem com mais intensidade populações vulneráveis. “A mudança do clima não é uma ameaça futura, é uma tragédia do presente”, afirmou, mencionando novamente os eventos extremos recentes. Ele destacou que o aumento das temperaturas globais causa sofrimento e exige respostas urgentes e coordenadas.

O presidente falou durante a cerimônia conduzida pelo diplomata André Corrêa do Lago, presidente da conferência, que segue até 21 de novembro reunindo representantes de governos, sociedade civil e organismos internacionais em Belém.