18 de novembro de 2025
Mistério em Marte: NASA descobriu uma rocha que não deveria
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Explorando Marte há quase cinco anos, o rover Perseverance, da NASA, fez uma descoberta intrigante que está desafiando os cientistas. Trata-se de uma rocha que parece não pertencer ao planeta.

A rocha, batizada de Phippsaksla, foi localizada na região de Vernodden, dentro da Cratera Jezero, onde o rover pousou em fevereiro de 2021. Com cerca de 80 centímetros de largura, ela se destaca na paisagem marciana.

Em poucas palavras:

  • O rover Perseverance encontrou uma rocha rica em níquel e ferro em Marte;
  • A composição sugere meteorito formado no núcleo de asteroides antigos;
  • Sistema de lasers do robô da NASA confirmou a química incomum;
  • Há quase cinco anos, o rover coleta amostras para buscar indícios de vida passada;
  • Sua navegação autônoma quebrou o recorde de distância percorrida por veículo terrestre em outro planeta.
O rover Perseverance capturou esta imagem em close-up que mostra a textura cavernosa de erosão de uma rocha incomum batizada de “Phippsaksla”, selecionada para investigação devido à sua aparência que a diferenciava das rochas mais baixas ao redor. Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU

Rocha descoberta pela NASA tem composição química incomum

O que a torna peculiar é sua composição química atípica, rica em ferro e níquel. Essa combinação sugere que a rocha pode ser um meteorito que colidiu com Marte em algum momento. 

Meteoritos desse tipo são formados tipicamente a partir do núcleo de grandes asteroides. Eles surgem quando minerais pesados afundam no interior de rochas aquecidas nos primórdios do Sistema Solar.

A rocha chamou a atenção inicialmente por seu formato e tamanho singulares, parecendo maior e mais esculpida que as vizinhas. O Perseverance, então, usou o Mastcam-Z, um sistema avançado de câmeras instaladas no mastro do rover, para tirar fotos detalhadas. Para confirmar a composição, o robô utilizou o instrumento SuperCam, que emprega lasers e espectrômetros. Essa análise precisa revelou o alto teor de ferro e níquel, reforçando a hipótese de ser um visitante espacial.

Embora a descoberta seja inédita para o Perseverance, meteoritos de ferro-níquel já foram encontrados em outros locais de Marte. Portanto, sua presença na Cratera Jezero não é totalmente inesperada, mas é notável que o robô não tenha encontrado nenhum antes.

A rocha “Phippsaksla”, que se suspeita ser um meteorito devido ao seu alto teor de ferro e níquel, está ao fundo, no canto superior esquerdo desta imagem feita pelo rover Perseverance, da NASA, em Marte. Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU

Análises adicionais serão necessárias para confirmar se a Phippsaksla é realmente um meteorito. Caso se confirme, será mais uma pista importante para desvendar a história e a formação de Marte.

O Perseverance é pioneiro na coleta de amostras de rochas marcianas usando uma broca especializada. O material é examinado em um laboratório em miniatura que ele carrega para identificar suas origens geológicas. Se a NASA considerar a Phippsaksla valiosa, um fragmento pode ser armazenado para um futuro transporte das amostras coletadas pelo rover à Terra. No entanto, ele não consegue fazer o envio sozinho, sendo necessária uma futura missão para resgatá-las.

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Perseverance estabeleceu recorde em Marte

Desde que pousou no Planeta Vermelho, o Perseverance tem investigado antigos leitos de lagos e coletado indícios promissores de que a vida pode ter existido por lá. Ao longo desses quatro anos e nove meses de missão, o rover estabeleceu uma marca impressionante em mobilidade.

Ele detém o recorde de maior distância percorrida em um único trajeto por um veículo terrestre em outro planeta. Graças ao seu avançado sistema de navegação autônoma, chamado AutoNav, o explorador robótico conseguiu percorrer até 411 metros de uma só vez em um único dia marciano, em junho deste ano.

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Dese fevereiro de 2021, o rover Perseverance, da NASA, investiga tanto a história antiga quanto os processos atuais que moldam o planeta Marte. Crédito : Merlin74 – Shutterstock

Esse recorde destaca a diferença de desempenho em relação aos seus antecessores. Rovers anteriores dependiam mais de comandos e validações diárias da Terra, o que limitava a velocidade e a distância percorrida. O Perseverance, por outro lado, usa Inteligência Artificial para planejar sua rota sozinho, desviar de obstáculos e alcançar alvos com grande eficiência. Essa autonomia permite que a equipe da NASA explore uma área muito maior da Cratera Jezero em menos tempo.

O rover continua fornecendo visões detalhadas da paisagem marciana, como vulcões, que não são possíveis de se obter com telescópios terrestres. Sem uma data final definida para a missão, esse destemido explorador ainda tem muito mais a nos apresentar sobre Marte.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/11/18/ciencia-e-espaco/misterio-em-marte-nasa-descobriu-uma-rocha-que-nao-deveria-estar-la/