19 de novembro de 2025
Série “Sou Quilombola” estreia no Canal Futura com valorização da
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Na semana em que se celebra o Dia da Consciência Negra (20/11), data que homenageia a luta e resistência do povo negro contra o racismo e a escravidão, o Canal Futura lança o novo programa “Sou Quilombola”. A estreia ocorreu nessa terça-feira (18), às 20h30. A produção mergulha nas tradições, culturas e dinâmicas das comunidades quilombolas do estado do Maranhão.

É apresentado o cotidiano daqueles que mantêm viva a ancestralidade africana no Brasil, em um retrato potente sobre identidade, pertencimento e resistência. Com classificação livre, a temporada foi produzida, roteirizada e dirigida por Fabiano Morais e faz parte da programação “Sou”, feita em parceria com a Uern TV.

Ao longo de seis episódios, são destacados aspectos fundamentais da vida das comunidades quilombolas: resistência, religiosidade, educação, cultura e juventude. Entre as histórias, o público terá a oportunidade de conhecer celebrações como o “Tambor de Crioula” e a “Festa do Divino”, a busca por uma educação libertadora e o protagonismo dos jovens que afirmam com orgulho: “Sou Quilombola”. 

A série foi toda gravada no Maranhão, onde se concentra o maior número de comunidades quilombolas do país e segundo estado com a maior população quilombola. De acordo com o Censo de 2022, feito pelo IBGE, a região tem 24% das localidades quilombolas do país, com 2.025 ocorrências. 

Segundo o líder de projetos do Canal Futura, André Libonati, o programa tem como foco dar visibilidade a temas que constituem a cultura e história brasileira, além de impactar a sociedade, pois ainda há muitos preconceitos e desinformações referentes aos quilombolas.

“No caso específico de Sou Quilombola, a série valoriza a rica diversidade desse grupo étnico descendente de africanos ao explorar a forte conexão com a ancestralidade e com as tradições culturais próprias. Acreditamos que, por meio de produções audiovisuais, o valor de uma comunidade quilombola seja realmente reconhecido, principalmente pelo valor histórico que ela representa”, complementa.

Além da programação principal, foram produzidos onze interprogramas, cinco para a televisão e seis para redes sociais, que buscam aprofundar o debate e ampliar as vozes quilombolas. Entre eles, encontram-se relatos a respeito da importância da educação como ferramenta de emancipação, o empreendedorismo artesanal e reflexões acerca do preconceito e resistência no cotidiano das comunidades. 

O produtor, diretor e roteirista, Fabiano Morais diz como o audiovisual tem o poder de levar as histórias quilombolas a um público cada vez mais amplo, ajudando a compreender o verdadeiro significado dessas comunidades para a sociedade brasileira. Para ele, contar as histórias hoje é fundamental, uma vez que ainda persistem preconceitos raciais e resistência à aceitação da diversidade étnica. 

“Quando trazemos essas histórias à tona e damos voz aos protagonistas sociais, contribuímos, de certo modo, para um mínimo de justiça social, ao menos na comunicação. Esse é um dever nosso como produtores, roteiristas e diretores de audiovisual, quando há compromisso social e ético. Tive a oportunidade de ouvir relatos de muitos quilombolas que ainda lutam para afirmar a igualdade que merecem. É como tivéssemos evoluído muito tecnologicamente, mas pouco, em alguns casos, moralmente. Tivemos, também, o privilégio de registrar uma beleza fantástica nos lugares por onde passamos em todo o Maranhão”. 

A nova produção reafirma o compromisso do Canal Futura em dar visibilidade a narrativas que valorizam a diversidade cultural brasileira e promovem o debate sobre identidade, educação e justiça social. A série também é uma celebração dos povos quilombolas e da contribuição essencial à cultura nacional. 

Cronograma dos episódios

Dia 18 de novembro, às 22h30– História e Resistência I 

Para eles, a terra tem memória. Das areias de batalhas antigas aos babaçuais que garantem o sustento, a história quilombola é contada em cada palmo de chão. Um legado de permanência, onde resistir é, acima de tudo, fincar raízes e existir.

Dia 25 de novembro, às 22h30– História e Resistência II 

Para eles, resistir não é só defender o passado, é recriar o futuro. Uma imersão na jornada de quem reconstrói sua cultura no território, mostrando que a união e a certeza na vitória são as armas para transformar a luta pela terra em um legado vivo.

Dia 2 de dezembro, às 22h30– Religiosidade

O episódio explora a religiosidade em terras quilombolas do Maranhão, um mosaico de fé que une o catolicismo popular, como a Festa do Divino, às tradições de matriz africana, como o Tambor de Crioula, revelando a força desse legado ancestral.

Dia 9 de dezembro, às 22h30– Cultura 

Para eles, a cultura não se guarda em museu, se vive na pele. Do barro que sustenta a família à batida do tambor que liberta a alma, o episódio celebra o poder do saber fazer, onde cada dança, peça e festa é a prova pulsante de um legado vivo. 

Dia 16 de dezembro, às 22h30– Educação 

Para eles, o conhecimento é uma viagem de ida e volta. A luta por uma educação quilombola que valoriza a ancestralidade e impulsiona jovens a romper barreiras, retornar ao território e construir o futuro de suas raízes.

Dia 23 de dezembro, às 22h30– Juventude 

Dizer “Sou Quilombola” é mais que uma afirmação, é um manifesto. O episódio pulsa com a voz da juventude que ressignifica o passado, ocupa o presente e demarca o futuro, transformando a herança dos ancestrais em resistência e orgulho. 

Interprogramas

A importância da qualificação profissional dentro do Quilombo Liberdade revela o poder da educação como ferramenta para emancipação e conquista profissional. 

  • Educação Santa Rosa dos Pretos 

Jaércio Pires mostra como o movimento quilombola vai além da sala de aula, e é na luta social que nasce o pensamento crítico e a consciência coletiva. 

Hugo Leonardo mostra como a história de Alcântara se entrelaça à resistência negra, revelando a força dos quilombos na construção da memória e da identidade local. 

  • Santa Maria de Guaxenduba

A tradição e história de Santa Maria de Guaxenduba espelha a herança quilombola e mantém viva a origem e a identidade do povo maranhense.

O orgulho quilombola ganha voz: ser quilombola hoje é resistir ao racismo e celebrar a força da identidade negra diante todas as formas de opressão.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/serie-sou-quilombola-estreia-no-canal-futura-com-valorizacao-da-cultura-negra-no-maranhao/