A Motiva (ex-CCR) comunicou que fechou a venda de seus aeroportos para o Grupo Aeroportuario del Sureste (Asur), por meio da subsidiária Aeropuerto de Cancún. O acordo com o grupo mexicano foi selado por R$ 11,5 bilhões, sendo R$ 5 bilhões em participações acionárias e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas.
Com a transação, a Motiva sai definitivamente do setor aéreo para se concentrar em projetos de rodovias e de mobilidade urbana, um movimento que começou há pelo menos dois anos e que se intensificou em 2025. No pacote levado pelos mexicanos estão 20 aeroportos, sendo 17 no Brasil e três fora do país:
- Afonso Pena – São José dos Pinhais/Curitiba (PR)
- Bacacheri – Curitiba (PR)
- Cataratas – Foz do Iguaçu (PR)
- Governador Beto Richa – Londrina (PR)
- Lauro Carneiro de Loyola – Joinville (SC)
- Ministro Victor Konder – Navegantes (SC)
- Comandante Gustavo Kraemer – Bagé (RS)
- Pelotas (RS)
- Rubem Berta – Uruguaiana (RS)
- Santa Genoveva – Goiânia (GO)
- Marechal Cunha Machado – São Luís (MA)
- Prefeito Renato Moreira – Imperatriz (MA)
- Brigadeiro Lysis Rodrigues – Palmas (TO)
- Senador Nilo Coelho – Petrolina (PE)
- Senador Petrônio Portella – Teresina (PI)
- Confins/Tancredo Neves – Belo Horizonte (MG)
- Pampulha – Belo Horizonte (MG)
- Willemstad – Curaçao
- Juan Santamaria – Costa Rica
- Quito – Equador
Em comunicado ao mercado, a Motiva informou que a transação ainda “está sujeita ao cumprimento de condições suspensivas usuais a este tipo de operação, incluindo aprovações de autoridades governamentais no Brasil e no exterior, além de autoridades concorrenciais no exterior”.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá que aprovar a transferência da participação da Motiva para a Asur nos contratos dos blocos Sul e Central, de Pampulha e de Confins — a Zurich Airport e a Infraero ainda fazem parte da composição.
“Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos. Esta transação, de alta relevância para a execução de nosso Plano Estratégico Ambição 2035, vai destravar valor em nosso portfólio e simplificar nosso modelo de negócio”, disse o CEO da Motiva, Miguel Setas.
Asur administra 15 aeroportos em três países
A Asur nasceu do processo de privatização da infraestrutura aeroportuária que o governo mexicano lançou no fim da década de 1990. O grupo ficou, em 1998, com nove aeroportos da região sudeste do país, os quais permanece como administrador até hoje. Dois anos depois, abriu o capital e passou a ser listada na Bolsa de Nova York (NYSE).
Em 2017, o grupo deu os primeiros passos para além do México, com a entrada na Aerostar Airport Holdings, que administra o aeroporto de San Juan (Porto Rico), e na Airplan, responsável por seis aeroportos na Colômbia. Dessa maneira, hoje a Asur tem 16 terminais no portfólio:
- Cancún (México)
- Cozumel (México)
- Huatulco (México)
- Mérida (México)
- Minatitán (México)
- Oaxaca (México)
- Tapachula (México)
- Veracruz (México)
- Villahermosa (México)
- San Juan (Porto Rico)
- Carepa (Colômbia)
- Corozal (Colômbia)
- Medellín (Colômbia)
- Montería (Colômbia)
- Quibdó (Colômbia)
- Rionegro (Colômbia)
No ano passado, esses aeroportos movimentaram 71,3 milhões de passageiros. O maior deles, o de Cancún, foi responsável por 30,4 milhões de passageiros. No mesmo ano, a Motiva registrou 45,4 milhões de passageiros em seus 20 aeroportos.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/brasil/quem-e-o-grupo-mexicano-que-comprou-17-aeroportos-no-brasil/
