20 de novembro de 2025
Grupo Mateus é multado em mais de R$ 1 bi
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A ação do Grupo Mateus voltou a cair após a varejista reconhecer um erro na avaliação de estoques, o que reduziu o patrimônio líquido e reacendeu dúvidas sobre a governança da companhia. Segundo informado pelo grupo na noite da última quinta-feira (13), a rede identificou R$ 1,1 bilhão em estoques valorizados no seu balanço patrimonial de 2024 por conta de erros nos cálculos do custo médio das mercadorias vendidas, um dos pontos mais sensíveis nos balanços de varejistas nos últimos tempos.

Com isso, o valor de estoque originalmente apresentado caiu de R$ 6 bilhões para R$ 4,9 bilhões no ano passado, e o patrimônio líquido encolheu em quase R$ 695 milhões, para R$ 9,1 bilhões em 2024.

O tema relativo às deficiências em controles na rede é antigo, inclusive sobre estoques, sendo foco de alertas de auditores em documentos para a companhia anos atrás, segundo levantamento, o Mateus decidiu comunicar mudanças neste ano.

Em maio de 2021, formulário de referência da empresa enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), relativo à 2020, mostra que a auditoria da época, a Grant Thornton, identificou 42 deficiências moderadas na empresa, e o auditor já dizia que a empresa não acompanhava a evolução de custo histórico do estoque. O IPO do Mateus foi em outubro de 2020.

A auditoria ainda recomendava a implantação de um módulo para visualização e acompanhamento. Formulários de 2020 e 2021 alertavam para a questão como item número um entre os alertas, mas a partir de 2022, as deficiências sumiram dos formulários.

Após aquele ano, passou a existir, na mesma área para a explanação da auditoria sobre controle internos, apenas a informação que os auditores independentes conduziram um estudo, em conexão com a auditoria do balanço de 2020. E com o propósito de determinar a época, a natureza e a extensão dos procedimentos de auditoria. “Mas não para fins de expressar uma opinião específica sobre esses controles internos”, dizia.

Afirmava ainda que, como resultado desse estudo e avaliação, “não foram reportadas deficiências significativas relacionadas a controles internos” — sem mais citar qualquer uma das 42 deficiências moderadas um ano antes.

No mesmo documento do formulário, a empresa pode comentar sobre a posição da auditoria, e o Mateus informa que vinha investindo em melhorias, e em 2020, implantou um comitê de auditoria que auxiliaria a administração a supervisionar a implementação das recomendações e melhorias indicadas pelos auditores independentes.

A Grant Thornton ficou cinco anos como auditoria da rede, e em 2025, pela regra de rotatividade obrigatória, entrou em seu lugar neste ano, a Forvis Mazars Auditores.

A nova auditoria não integra a lista das grandes desse setor, chamada “Big Four”, e não audita nenhuma das grandes varejistas abertas da bolsa, e sua entrada no Mateus aconteceu quando a empresa reanalisava os números de estoque e mudava sua política de inventário.

Nos pareceres dos balanços trimestrais de 2025, a Forvis Mazars Auditores não faz ressalvas sobre os temas em seus pareceres sobre resultados, enquanto a empresa passava pelos ajustes internos.

Procurado para comentar, o Mateus ainda não se manifestou sobre esses temas acima. A Grant Thornton informa que não comenta questões contratuais nem informações relacionadas à clientes.

O Grupo Mateus está sob pressão por falhas de governança que expõe um modelo que enfrenta problemas por fraquezas em controles internos, cinco anos após a sua abertura de capital. Desde que comunicou que enfrentou problemas com a contabilidade de estoques e erros em inventário, a ação acumula queda de quase 14%, equivalente a uma perda de R$ 1,9 bilhão em valor de mercado.

Segundo informado pelo grupo na noite de quinta-feira (13), a rede identificou R$ 1,1 bilhão em estoques valorizados no seu balanço patrimonial de 2024 por conta de erros nos cálculos do custo médio das mercadorias vendidas, um dos pontos mais sensíveis nos balanços de varejistas nos últimos tempos.

Com isso, o valor de estoque originalmente apresentado caiu de R$ 6 bilhões para R$ 4,9 bilhões no ano passado, e o patrimônio líquido encolheu em quase R$ 695 milhões, para R$ 9,1 bilhões em 2024.

O tema relativo às deficiências em controles na rede é antigo, inclusive sobre estoques, sendo foco de alertas de auditores em documentos para a companhia anos atrás, segundo levantamento, o Mateus decidiu comunicar mudanças neste ano.

Em maio de 2021, formulário de referência da empresa enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), relativo à 2020, mostra que a auditoria da época, a Grant Thornton, identificou 42 deficiências moderadas na empresa, e o auditor já dizia que a empresa não acompanhava a evolução de custo histórico do estoque. O IPO do Mateus foi em outubro de 2020.

A auditoria ainda recomendava a implantação de um módulo para visualização e acompanhamento. Formulários de 2020 e 2021 alertavam para a questão como item número um entre os alertas, mas a partir de 2022, as deficiências sumiram dos formulários.

Após aquele ano, passou a existir, na mesma área para a explanação da auditoria sobre controle internos, apenas a informação que os auditores independentes conduziram um estudo, em conexão com a auditoria do balanço de 2020. E com o propósito de determinar a época, a natureza e a extensão dos procedimentos de auditoria. “Mas não para fins de expressar uma opinião específica sobre esses controles internos”, dizia.

Afirmava ainda que, como resultado desse estudo e avaliação, “não foram reportadas deficiências significativas relacionadas a controles internos” — sem mais citar qualquer uma das 42 deficiências moderadas um ano antes.

No mesmo documento do formulário, a empresa pode comentar sobre a posição da auditoria, e o Mateus informa que vinha investindo em melhorias, e em 2020, implantou um comitê de auditoria que auxiliaria a administração a supervisionar a implementação das recomendações e melhorias indicadas pelos auditores independentes.

A Grant Thornton ficou cinco anos como auditoria da rede, e em 2025, pela regra de rotatividade obrigatória, entrou em seu lugar neste ano, a Forvis Mazars Auditores.

A nova auditoria não integra a lista das grandes desse setor, chamada “Big Four”, e não audita nenhuma das grandes varejistas abertas da bolsa, e sua entrada no Mateus aconteceu quando a empresa reanalisava os números de estoque e mudava sua política de inventário.

Nos pareceres dos balanços trimestrais de 2025, a Forvis Mazars Auditores não faz ressalvas sobre os temas em seus pareceres sobre resultados, enquanto a empresa passava pelos ajustes internos. Procurado para comentar, o Mateus ainda não se manifestou sobre esses temas acima. A Grant Thornton informa que não comenta questões contratuais nem informações relacionadas à clientes.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/acao-do-grupo-mateus-despenca-apos-revisao-de-r11-bi-em-estoques/