A Unicamp colocou em operação um novo supercomputador dedicado a pesquisas em Inteligência Artificial (IA), marcando um avanço significativo para estudos aplicados à indústria de energia. O equipamento, batizado de Abaporu, foi instalado no datacenter do Instituto de Computação (IC) e reúne algumas das placas gráficas mais rápidas do mercado — incluindo modelos NVIDIA H200 e L40s. O investimento inicial foi de aproximadamente US$ 1 milhão, financiado pela Shell Brasil por meio da cláusula de PD&I da ANP no âmbito do Cepetro/Unicamp. As informações são do Jornal da Unicamp.
Abaporu reúne hardware de ponta para projetos avançados de IA
Considerado o maior cluster de IA já instalado na Unicamp e um dos mais robustos em universidades brasileiras, o Abaporu atenderá prioritariamente projetos realizados em parceria com a Shell Brasil. Quando disponível, também poderá ser utilizado por outras pesquisas do Recod.ai e do Instituto de Computação.
Durante a inauguração, realizada em 3 de novembro, representantes da Shell e da universidade destacaram o papel estratégico da infraestrutura. Para a empresa, a iniciativa amplia a capacidade de aplicar IA a desafios complexos da indústria de energia. Já para o Recod.ai, o supercomputador permitirá acelerar estudos que combinam ciência, dados e inovação.
Detalhes sobre a estrutura do Abaporu:
- 28 GPUs NVIDIA H200 e L40s;
- instalação no datacenter do Instituto de Computação;
- investimento inicial de cerca de US$ 1 milhão;
- utilização prioritária em parceria com a Shell Brasil.

IA aplicada ao pré-sal e modelos generativos para engenheiros
A Unicamp e a Shell mantêm uma colaboração de mais de seis anos envolvendo IA e aprendizado de máquina no contexto energético. A nova fase da parceria, com duração até 2028, foca no desenvolvimento de modelos de linguagem generativa capazes de transformar a interação de engenheiros com sistemas de simulação de reservatórios.
Esses modelos permitirão que profissionais conversem com sistemas tradicionalmente complexos por meio de linguagem natural, sem a necessidade de scripts extensos. O objetivo é criar uma forma de inteligência aumentada, que facilita a comunicação entre especialistas e simuladores de petróleo, ampliando a eficiência operacional em atividades ligadas ao pré-sal.

Além disso, os algoritmos em desenvolvimento poderão integrar e processar grandes volumes de dados sísmicos, geológicos e de produção, identificando padrões e anomalias úteis para decisões estratégicas quase em tempo real. Isso inclui prever desempenho de poços e otimizar estratégias de extração e injeção.
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A equipe responsável reúne cerca de 35 integrantes, entre pesquisadores, doutorandos, pós-doutorandos e programadores, integrando áreas como ciência da computação, geofísica e engenharia de petróleo. Em 5 de dezembro, a Unicamp promoverá uma nova apresentação do cluster para alunos, em parceria com a NVIDIA e a Supermicro/Scherm, com atividades técnicas e demonstrações.
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