Censo 2022: IBGE amplia mapa das Localidades do Brasil e lança ferramenta de consulta pública

O IBGE atualizou o mapeamento das Localidades do Brasil com base nos dados do Censo 2022 e registrou 87.362 localidades em todo o país. A atualização também traz uma nova ferramenta de consulta que permite ao usuário pesquisar qualquer localidade pelo nome, categoria, coordenada geográfica e dados político-administrativos.

Segundo o instituto, uma localidade é “todo lugar do Território Nacional onde há um aglomerado permanente de habitantes”. O trabalho de mapeamento é uma das atividades mais tradicionais do IBGE e é essencial para a realização de censos e pesquisas estatísticas.

65 mil localidades a mais que em 2010

O número de localidades mapeadas saltou de 21.886 em 2010 para as atuais 87.362, um aumento de mais de 65 mil pontos. O crescimento está relacionado tanto ao uso de tecnologias mais avançadas, como imagens de satélite de alta resolução, quanto ao aperfeiçoamento da metodologia aplicada pelo IBGE.

Entre as novidades estão:

Categoria “Outras Localidades”: reúne mais de 38 mil pequenos assentamentos com 10 a 49 domicílios, que passam a ser identificados mesmo sem formar um Setor Censitário próprio.

Categoria “Localidades Quilombolas”: incluída após o Censo 2022 investigar, pela primeira vez, o pertencimento étnico quilombola em 25 estados.

As categorias que mais cresceram foram Lugarejos e Localidades Indígenas, refletindo a melhoria na capacidade de mapeamento e a atualização contínua da Base Territorial.

Diferenças regionais

O levantamento mostra contrastes entre as regiões do país:

Sudeste e Sul: têm maior proporção de localidades urbanas (Cidades, Vilas e Núcleos Urbanos).

Norte e Nordeste: concentram a maior quantidade de povoados, lugarejos, localidades indígenas e quilombolas, reforçando a força do mundo rural nessas regiões.

Mapeamento mais próximo da vida real

Para o IBGE, o novo estudo aproxima a produção cartográfica da realidade das pessoas, valorizando desde grandes centros urbanos até pequenos lugarejos e comunidades tradicionais. A atualização permite entender melhor como a população se distribui e se relaciona com o território.

A ferramenta de consulta também atende a diversas demandas de serviços, pesquisa e gestão pública, como logística, saúde, educação, turismo, infraestrutura e estudos ambientais.

Com o novo mapeamento, o Brasil se torna territorialmente mais detalhado, diverso e visível, do núcleo urbano às comunidades indígenas e quilombolas, passando pelos pequenos assentamentos que geralmente não apareciam nos mapas oficiais.