A confiança do consumidor brasileiro voltou a crescer em novembro e alcançou o melhor resultado desde o fim de 2024, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (24) pela Fundação Getúlio Vargas e reportados pela Folha de S. Paulo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,3 ponto no mês e atingiu 89,8 pontos, o maior patamar desde dezembro do ano passado, quando marcou 91,3 pontos.
O avanço representa o terceiro mês consecutivo de alta e reforça a percepção de recuperação gradual do humor das famílias diante do ambiente econômico mais estável.
Melhora aparece em todas as faixas de renda
De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, o movimento positivo foi amplo entre diferentes perfis de renda e reflete tanto uma avaliação mais favorável do presente quanto expectativas melhores para os próximos meses.
“A confiança do consumidor sinaliza uma trajetória de recuperação gradual ao subir pelo terceiro mês seguido. Houve melhora disseminada entre as faixas de renda, tanto das percepções sobre a situação atual quanto das expectativas”, afirmou Gouveia.
O Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,8 ponto e chegou a 84,8 pontos, maior nível desde dezembro de 2014. Já o Índice de Expectativas (IE) subiu 1 ponto e alcançou 93,8 pontos.
Juros altos ainda representam risco para a economia
Apesar dos sinais de melhora, Gouveia destacou que a taxa básica de juros — atualmente em 15% ao ano — segue como um fator de pressão sobre o cenário de consumo e endividamento das famílias.
“A melhora da confiança nos últimos meses reflete a manutenção de um mercado de trabalho forte e, principalmente, o recente alívio da inflação. Apesar dos sinais positivos, a persistência de juros altos pode alterar essa dinâmica ao frear a economia, e pelo contexto de elevado endividamento e inadimplência das famílias”, comentou a economista.
Para analistas, a combinação de inflação menos pressionada e emprego aquecido contribuiu para reduzir a sensação de incerteza entre consumidores, mas a trajetória futura da Selic será determinante para sustentar ou interromper a recuperação observada no trimestre.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/fgv-confianca-do-consumidor-sobe-pelo-3o-mes-e-atinge-maior-nivel-no-brasil-desde-2024/
