A velocidade média da Starlink no Brasil atingiu 109,98 Mbps no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, o nível de conexão ainda fica abaixo da média global, que atingiu 220 Mbps. Os dados estão em um relatório divulgado pela Ookla.
No Brasil, a velocidade de download tem oscilado desde a inauguração do serviço por aqui, em 2022. Naquele ano, a conexão bateu o nível mais alto até agora, de 173,22 Mbps, mas, aos poucos, foi ficando mais lento, atingindo 70,94 Mbps. O serviço só voltou a melhorar em meados de 2023; desde então, variou entre 76 e 96 Mbps.
De modo geral, a velocidade média de download da Starlink diminuiu nos meses seguintes ao seu lançamento inicial em todos os países, à medida que a empresa adiciona mais usuários à sua rede, explica o relatório.
Isso é consequência do compartilhamento de um recurso finito (a rede e o espectro da Starlink) por múltiplos usuários e também pode ser observado no desempenho da Starlink em outros continentes, bem como durante eventos que reúnem um grande número de usuários.
No final do ano passado, a Starlink contabilizou um total de 425.514 clientes no Brasil e no México (os dois países mais populosos da América Latina). Isso representa cerca de 10% dos quatro milhões de clientes globais da empresa de Elon Musk naquele período.
Starlink busca mais conexão
- Na América Latina, a competitividade geral do desempenho da rede Starlink pode variar drasticamente de país para país;
- No Chile, por exemplo, a velocidade média de download no terceiro trimestre de 2025 (106,38 Mbps) ficou significativamente abaixo da oferecida pelos provedores de internet fixa do país, que atingiu 354,53 Mbps. Afinal, é no Chile que os planos de internet de 50 Gbps estão começando a surgir, destaca o relatório;
- Enquanto isso, na República Dominicana, a velocidade média de download da Starlink, de 55,01 Mbps no terceiro trimestre de 2025, ficou muito próxima da velocidade média de download de 53,71 Mbps oferecida pelos provedores de internet fixa do país.
Já a Guiana (o mercado mais recente da Starlink na América Latina) apresenta velocidades de latência mais altas do que qualquer outro local na região. E há uma possível razão: a infraestrutura terrestre mais próxima da Starlink fica em Manaus (AM), a cerca de 560 quilômetros da Guiana.
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Disputa acirrada
Os especialistas acreditam que o mercado de internet via satélite ainda vai passar por grandes mudanças na América Latina, em especial com o lançamento iminente da Amazon Leo.
No ano passado, a provedora de mídia e telecomunicações latino-americana Vrio anunciou planos para vender conexões da Amazon para consumidores na Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Equador e Colômbia por meio da DirecTV Latin America e da Sky Brasil.
Já a Viasat, fundada na década de 1980, e a HughesNet, pertencente à EchoStar, estão planejando lançar satélites adicionais para dar suporte às suas próprias ofertas. Outras empresas de satélite – como a Telesat, no Canadá – também planejam entrar na disputa.
Mas a Starlink não está parada. A empresa está planejando uma grande atualização em sua constelação de satélites – por meio de seus satélites V3, maiores – que poderá melhorar ainda mais a velocidade e a capacidade de sua rede. Esse esforço pode ser impulsionado pelo foguete Starship da SpaceX, maior, que promete lançar mais satélites Starlink do que os foguetes atuais da empresa.
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