Um artigo publicado na última quinta-feira (20) na revista Science revela novas pistas sobre a origem de um corpo celeste antigo chamado Theia, que colidiu com a “proto-Terra” há 4,5 bilhões de anos – formando posteriormente a Terra e a Lua.
Antes, o impacto colossal transformou ambos os corpos em uma massa fundida de rocha e metal. Com o tempo, os fragmentos se reagruparam. Parte do material consolidou-se no planeta, enquanto outra parte se agrupou para formar o satélite natural que acompanha a Terra até hoje.
Em poucas palavras:
- Um antigo objeto celeste chamado Theia colidiu com a “semente” da Terra há 4,5 bilhões anos;
- O impacto transformou os dois corpos em massa fundida de rocha e metal;
- Fragmentos se reagruparam formando a Terra e a Lua;
- Isótopos revelam que o objeto Theia tem origem próxima no Sistema Solar interno;
- Estudo ajuda a entender a formação e a evolução planetária.
Lua apresenta assinatura química similar à da Terra
Pesquisadores do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar (MPS), na Alemanha, e da Universidade de Chicago, nos EUA, estudaram amostras da Terra, da Lua e de meteoritos para analisar isótopos, versões mais leves ou pesadas de elementos químicos. “A composição de um corpo arquiva toda a sua história de formação, incluindo seu local de origem”, explica o cosmoquímico Thorsten Kleine, do MPS, em um comunicado.
O estudo mostrou que os materiais de um planeta se organizam de acordo com sua massa, ponto de fusão e afinidade por outros minerais. Ferro e molibdênio, por exemplo, afundam rapidamente no núcleo, enquanto o zircônio permanece no manto. Isso indica que parte do ferro presente no manto terrestre pode ter chegado depois, trazido por impactos cósmicos, como o de Theia.
Para entender a origem de Theia, os cientistas compararam as proporções de isótopos em diferentes regiões do Sistema Solar. A Lua apresenta uma assinatura química de ferro, cromo, cálcio, titânio e zircônio semelhante à da Terra, mas com diferenças que apontam para uma origem distinta, ainda dentro do Sistema Solar interno.
Composição dos meteoritos ajuda a investigar a história
Os chamados meteoritos não carbonáceos (NC), vindos do Sistema Solar interno, são rochosos e pobres em carbono. Já os condritos carbonáceos (CC), formados no Sistema Solar externo, são ricos em carbono e água. Os isótopos associados a Theia não coincidem exatamente com a Terra, mas indicam que ambos se formaram próximos ao Sol.
“O cenário mais convincente é que a maioria dos componentes básicos da Terra e de Theia tenha se originado no Sistema Solar interno”, afirma Timo Hopp, geocientista do MPS e autor principal do estudo. Isso sugere que a Terra e Theia eram vizinhas antes do impacto que moldou a história cósmica do nosso planeta.
O choque não só contribuiu para a formação do núcleo e do manto terrestre, como também criou a Lua, que desde então se afasta da Terra a uma velocidade de 3,8 centímetros por ano. Essa pesquisa ajuda a compreender melhor como planetas e luas se formam e evoluem.
Os resultados ajudam a compreender melhor a história inicial do Sistema Solar e mostram como colisões violentas entre corpos próximos podem formar planetas e seus satélites, revelando os processos que moldaram a Terra e a Lua e destacando a forte ligação entre esses vizinhos cósmicos.
O post Lua e Terra surgiram de “choque” entre vizinhos, revela pesquisa apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/11/25/ciencia-e-espaco/lua-e-terra-surgiram-de-choque-entre-vizinhos-revela-pesquisa/
