1ª edição do Festival Brasilidades a Granel será no sábado (29), na Praça Deodoro, em São Luís

Em mais uma edição do O Imparcial Entrevista, conversamos com o DJ e produtor cultural Eric Felix (@ei_felix), um dos nomes mais atuantes na cena da música eletrônica brasileira produzida no Maranhão. Entre memórias da noite ludovicense, relatos de construção identitária e o sonho de expandir experiências culturais acessíveis, ele detalha a estreia do 1º Festival Brasilidades a Granel (@brasilidadesagranel), que será realizado no dia 29 de novembro, a partir das 16h, na Praça Deodoro, com entrada gratuita.

A entrevista percorre os primeiros passos de Felix no lendário Bar Chez Moi, sua formação dentro da produtora Conselho e a ascensão da Xique Xique Prod (@xiquexiqueprod), produtora da qual é sócio e que realiza o festival. Felix também relembra o impacto do evento do Brasilidades a Granel, realizado em julho de 2025 na Praça Nauro Machado, e que reuniu milhares de pessoas.

Logo no início, ele resgata o ponto de partida da carreira. “O Chez Moi foi a minha gênese. Eu aprendi tudo ali: ser DJ, designer, social media, produtor. Absolutamente tudo nasceu naquele bar”, afirma.

Da descoberta ao próprio nome artístico: a construção de Felix

O artista relembra que, no início, não imaginava seguir na música eletrônica. A virada aconteceu quando amigos o convidaram para integrar a produtora Conselho, em 2017. “Eu sempre digo que o Neiva foi meu mestre. Ele me ensinou a fazer mixagem eletrônica, sincronizar batidas, entender a construção musical. Ali eu entendi a pista de um jeito completamente diferente”, conta.

Com o tempo, o DJ percebeu que precisava desenvolver sua própria identidade. “Eu saí da sociedade para ter liberdade criativa. Para colocar ideias à prova. Para errar, acertar e me reposicionar como Felix. Eu precisava desse espaço”.

Essa identidade também aparece nas redes sociais. “Meu perfil (no Instagram) é vitrine, diário pessoal e forma de me comunicar com o público. É onde converso e construo minha marca todos os dias”, explica, sobre o trabalho no @ei_felix.

O nascimento do Brasilidade a Granel

O Brasilidades a Granel surgiu em 2021, ainda tímido, dentro de um edital da Lei Aldir Blanc. O conceito inicial era gravar sets com músicas brasileiras remixadas, mas a proposta evoluiu. O nome também tem origem afetiva. “Eu estava ouvindo Fernanda Abreu e ela cantou ‘infelicidade a granel’. Na hora pensei: Brasilidades a Granel. O nome veio dali”, relembra.

Com o passar dos meses, o projeto ganhou as ruas. O ponto alto ocorreu em 29 de julho, quando o evento tomou a Praça Nauro Machado. “Aquele dia da Nauro Machado é top 3 da minha vida. Quando deu seis da tarde e eu vi aquela praça lotada, aquilo me atravessou. Eu tive que segurar o choro”, conta.

A repercussão transformou o projeto em referência de ocupação cultural no centro de São Luís.

Xique Xique Prod

Criada em 2022, a @xiquexiqueprod nasceu pensando em produzir o Brasilidades no Tebas, mas se tornou a base criativa de Felix. “A Xique Xique surgiu para produzir o Brasilidades do Tebas, mas depois virou a casa onde tudo acontece. É minha estrutura de criação”, resume.

Festival Brasilidades a Granel: agora em grande formato

A transformação do projeto em festival é resultado do edital Mais Festivais e Mostras, da Lei Paulo Gustavo, via Secma. “A gente queria esse upgrade. O festival vai reunir música, arte, gastronomia e economia criativa. É tudo que sonhamos desde o começo”, afirma Felix.

O festival ocupará a Praça Deodoro com o palco montado em frente à Biblioteca Benedito Leite. “A biblioteca será parte da cenografia. Vai ter iluminação projetada nela. O palco será vazado para manter o monumento visível de todos os ângulos”, adianta o produtor.

Nas redes oficiais do festival, @brasilidadesagranel, o público poderá acompanhar a programação completa e as ativações.

Line-up completo do festival:

Helena Melo (MA)
Kananda PX (PE)
Ubuntu (BA)
Paco Cabana (RJ)
Félix (@ei_felix) + Sereia + Adriano Sound
DJ Pedrita (PA)

O evento também contará com gastronomia temática, economia criativa, artistas digitais, fotógrafos convidados e transmissão da final da Libertadores em telão. “A gente quer levar o Brasil inteiro para um pedaço da Deodoro. Musicalmente e visualmente”, afirma.

Segurança e ocupação do Centro

Um dos pontos levantados pelo artista é a necessidade de segurança para que o público se sinta à vontade. “Não existe ocupação cultural sem segurança pública. Nosso pedido é para que as pessoas possam ir ao Centro sem medo”, reforça.

Joia Rara e a formação de público

No bate-papo, Félix também cita o evento Joia Rara, outro projeto da produtora. Para explicar a diferença entre os dois, ele usa uma metáfora.

“O Brasilidades é a porta de entrada. A Joia Rara é a sala de estar da música eletrônica. É ali que o público se familiariza de vez”.

A imagem que ficou para sempre

Ao final da entrevista, pedimos que ele escolha a imagem mais marcante da carreira. A resposta foi imediata. “A visão da Nauro Machado lotada, seis da tarde, aquele mar de gente… isso vai me marcar para sempre”.

E completa: “o festival agora é outro passo. Mas a Nauro foi o momento que me fez entender que tudo valeu a pena”.

Serviço: Festival Brasilidade a Granel (@brasilidadesagranel)

• Onde: Praça Deodoro, Centro de São Luís
• Quando: 29 de novembro, a partir das 16h
• Acesso: Gratuito
• Atrações: Helena Melo, Kananda PX, Ubuntu, Paco Cabana, Félix (@ei_felix), Sereia, Adriano Sound e DJ Pedrita
• Ações paralelas: gastronomia, economia criativa, exposições digitais, área de convivência, transmissão da final da Libertadores
• Realização: @xiquexiqueprod
• Informações: @brasilidadesagranel