Um marco surpreendente acaba de ser anunciado pela Agência Espacial Europeia (ESA): a descoberta do asteroide próximo da Terra de número 40.000. Essas rochas espaciais, que variam de poucos metros a vários quilômetros, circulam em trajetórias que passam relativamente perto do planeta.
O avanço das detecções mostra a rapidez do progresso tecnológico e reforça a importância de acompanhar com rigor tudo o que se aproxima de nós.
Em resumo:
- Mais de 40 mil asteroides próximos da Terra já foram detectados, segundo a ESA;
- Esses corpos exigem monitoramento constante, visando a segurança planetária;
- Levantamentos automáticos aceleraram o ritmo de detecção desde os anos 1990;
- Novos telescópios terrestres e missões espaciais futuras ampliarão devem ampliar o catálogo;
- Asteroides médios, difícilmente mapeados, representam risco regional significativo;
- A evolução das descobertas fortalece o preparo contra ameaças espaciais.
O que são NEAs – asteroides próximos da Terra
Asteroides próximos da Terra (NEAs, na sigla em inglês) são aqueles cuja trajetória os leva a cerca de 45 milhões de km da órbita terrestre ou menos – uma distância curta o suficiente em termos astronômicos para exigir monitoramento constante.
De acordo com a ESA, o primeiro NEA descoberto foi Eros, em 1898. Ao longo das primeiras décadas desde então, o ritmo de novas detecções avançou lentamente. Isso mudou quando levantamentos automáticos do céu começaram a operar nos anos 1990 e depois se tornaram ainda mais eficientes nos anos 2000. Em 2025, o total de NEAs ultrapassou 40 mil, com quase 10 mil identificados somente nos últimos três anos – um sinal claro de que a tecnologia de observação se tornou muito mais precisa.
Segundo Luca Conversi, gerente do Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra da ESA, as descobertas cresceram de modo acelerado nos últimos 20 anos. Ele destaca que a humanidade conhecia apenas cerca de mil NEAs no início do século e que o total passou para quinze mil em 2016 e depois para trinta mil em 2022. Com novos telescópios, esse ritmo deve aumentar ainda mais.
Entre eles está o Observatório Vera C. Rubin, inaugurado recentemente no Chile. Embora não seja dedicado exclusivamente à busca de asteroides, ele deve revelar dezenas de milhares de objetos adicionais ao longo dos próximos anos.

A ESA também está desenvolvendo o projeto Flyeye, uma rede de quatro telescópios espalhados pelo globo projetados para observar grandes áreas do céu com um campo de visão semelhante ao de um inseto. A expectativa é que eles encontrem asteroides que passam despercebidos pelos métodos atuais.
Quando um novo NEA é registrado, os astrônomos utilizam todas as observações disponíveis para prever sua trajetória no longo prazo. Softwares especializados calculam as chances de impacto ao longo de anos, décadas e até séculos. Cada nova medição refina as previsões e reduz as incertezas associadas ao movimento do objeto. Esse processo integra as atividades do Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra (NEOCC), que monitora possíveis ameaças e atualiza cenários de impacto.
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Objetos maiores que 1 km não vão colidir com o planeta nos próximos 100 anos
Atualmente, cerca de dois mil objetos têm alguma possibilidade remota de atingir a Terra nos próximos cem anos. A maior parte é formada por asteroides pequenos, incapazes de causar danos significativos. Além disso, as probabilidades reais de impacto são muito baixas e raramente chegam a um por cento. Já os objetos maiores que um quilômetro, que poderiam produzir danos globais, estão praticamente todos catalogados e não representam qualquer risco conhecido.
O principal desafio está nos asteroides médios, com 100 a 300 metros. Eles são difíceis de detectar e poderiam causar forte destruição regional caso atingissem o planeta. Estudos indicam que apenas trinta por cento desse grupo foi mapeado, o que reforça a necessidade de ampliar os sistemas de vigilância.
Além da detecção dos asteroides, a ESA também trabalha com métodos de mitigação de riscos. Como a missão Hera, por exemplo, que está a caminho do asteroide Dimorphos para analisar os efeitos da colisão realizada pela missão Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART), da NASA, em 2022.

Outra iniciativa é a missão Ramses, que acompanhará de perto o asteroide Apophis durante sua passagem próxima da Terra em 2029. Já a Missão de Objetos Próximos da Terra no Infravermelho (NEOMIR), prevista para ser lançada em meados da década de 2030, permitirá detectar asteroides no infravermelho inclusive durante o dia, algo impossível com telescópios ópticos terrestres.
O caminho iniciado com a descoberta de Eros, ainda no século XIX, além de revelar detalhes sobre a arquitetura do Sistema Solar, sustenta a base científica necessária para que futuras estratégias de defesa planetária sejam mais precisas e eficazes.
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