1 de dezembro de 2025
Wi-Fi 8 será voltado para IA e já tem previsão
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A próxima geração da tecnologia sem fio já tem nome, direção e previsão de estreia. Durante uma conferência com jornalistas, do qual o Olhar Digital participou, a Intel revelou que o Wi-Fi 8 deve chegar a partir do final de 2027, com foco em aplicações de IA e eficiência em ambientes reais.

O trunfo da tecnologia não é a velocidade superior em relação às versões anteriores, mas sim a confiabilidade e desempenho. Veja o que esperar do Wi-Fi 8 nos próximos anos.

Wi-Fi 8 deve promover internet mais confiável, principalmente em aplicações de IA (Crédito: ymgerman/Shutterstock)

Wi-Fi 8 promete uma nova fase de conectividade

Segundo Carlos Cordeiro, executivo global da Intel e Wireless CTO, a tecnologia promete inaugurar uma nova fase da conectividade, menos centrada em recordes de velocidade e mais focada em confiabilidade, inteligência e desempenho determinístico, pilares essenciais para a expansão de aplicações baseadas em inteligência artificial.

Enquanto o Wi-Fi 7 consolidou avanços de capacidade e segurança, o Wi-Fi 8 não deve mudar as especificações técnicas, mas sim o desempenho em condições reais, como em ambientes congestionados (redes domésticas ou empresas, por exemplo) e em casos de mobilidade.

A expectativa do setor é que a nova geração reduza em pelo menos 25% a latência, 25% a perda de pacotes e melhore em 25% o throughput (quantidade real de dados transmitidos por segundo), especialmente em longas distâncias ou sob interferência.

Pilares do Wi-Fi 8 (Imagem: Intel/Reprodução)

Wi-Fi mais inteligente

O grande diferencial do Wi-Fi 8 não é a velocidade bruta, mas a capacidade de entregar um desempenho consistente, mesmo em condições adversas. Para isso, a tecnologia aposta em novos mecanismos de acesso ao canal, melhorias robustas no uplink, codificação mais inteligente por fluxo espacial e uma série de novos esquemas de modulação.

Outro marco é a ampliação de recursos voltados à inteligência artificial, incluindo Wi-Fi sensing (detecção de presença e movimento por sinais) e Wi-Fi proximity ranging (medição precisa de distância entre dispositivos). Esses mecanismos, somados a novas ferramentas de qualidade de serviço, abrem caminho para ambientes mais automatizados.

Além disso, o Wi-Fi 8 será o primeiro desenhado especificamente para aplicações baseada em IA. Entre os exemplos previstos:

  • Salas de reunião inteligentes, onde gestos captados pelo próprio Wi-Fi avançam slides ou ativam comandos sem sensores adicionais;
  • Troca automática de controle entre apresentadores, com base na detecção de proximidade;
  • Desconexão automática quando o usuário sai do ambiente, evitando acessos indevidos;
  • Experiências XR (realidade estendida) mais estáveis, com baixa latência garantida por múltiplos APs coordenados.
Pessoa digitando no teclado de um notebook com um cadeado holográfico pairando em cima
Tecnologia terá melhorias de segurança (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

Mais eficiência e segurança

O Wi-Fi 8 surge em um momento em que ambientes domésticos já reúnem, nos Estados Unidos, entre 17 e 20 dispositivos conectados por residência – número que deve quase dobrar até o fim da década. Nesse cenário, a nova geração promete eliminar “zonas mortas” e priorizar tráfego sensível, como jogos online e videoconferências, sem que dispositivos legados ou Bluetooth prejudiquem a experiência.

No setor corporativo, onde aeroportos, escritórios e centros de convenções acumulam milhares de dispositivos concorrendo pelo mesmo espectro, o Wi-Fi 8 ganha destaque ao introduzir coordenação avançada entre múltiplos pontos de acesso. Com isso, redes deixam de atuar como ilhas isoladas e passam a operar de forma sincronizada para evitar interferências, otimizar uso de espectro e permitir roaming praticamente imperceptível.

O padrão traz ainda avanços importantes em segurança e privacidade, incluindo criptografia expandida em processos de associação, proteção de quadros de controle e mitigação contra ataques de falsificação e rastreamento de dispositivos. A expectativa é que o Wi-Fi 8 reforce a base necessária para ambientes corporativos sensíveis e redes públicas mais seguras.

Pessoa acessando o Wi-Fi
Executivo da Intel admite que há desafios para implementação no Brasil (Imagem: Shutterstock/A_stockphoto)

O que esperar do Wi-Fi 8?

Retrocompatível com dispositivos anteriores, o Wi-Fi 8 deve chegar entre o final de 2027 e o início de 2028. Entre as mudanças, a Intel cita:

  • Internet mais estável e rápida em toda a casa, com menos gargalos e quedas;
  • Jogos online com menos latência, aproximando-se da experiência de conexão cabeada;
  • Menos interferência com Bluetooth, especialmente para headsets e periféricos;
  • Redes mesh fluindo de forma transparente, com roaming imperceptível dentro de casas e escritórios;
  • Ambientes que reconhecem presença, gestos e proximidade, habilitando novas automações.

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E no Brasil?

Durante a conversa, Cordeiro revelou que desafios podem atrasar a adoção da tecnologia no Brasil. Alguns deles incluem o processo de homologação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a falta de padronização intercontinental. Ainda assim, ele espera que os dispositivos com o novo padrão já estejam sendo vendidos dentro de dois anos, aproximadamente.

O post Wi-Fi 8 será voltado para IA e já tem previsão de estreia; veja o que esperar apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/01/internet-e-redes-sociais/wi-fi-8-sera-voltado-para-ia-e-ja-tem-previsao-de-estreia-veja-o-que-esperar/