facção aterroriza Roraima com violência

A facção criminosa venezuelana Tren de Aragua está expandindo seu domínio em Roraima, impondo uma rotina de terror com assassinatos brutais e esquartejamentos. O grupo disputa o controle do tráfico de drogas com gangues brasileiras, aproveitando-se da crise migratória na fronteira.

Até onde vai o domínio da facção na região?

A facção está presente em 13 dos 15 municípios de Roraima. Na capital, Boa Vista, já domina o tráfico de drogas em bairros como Tancredo Neves e Buritis, e até em acampamentos de refugiados. A brutalidade do grupo é marcada por torturas, esquartejamentos e a descoberta de um cemitério clandestino com nove corpos.

Por que a presença do grupo cresceu tanto no Brasil?

A expansão está ligada à crise humanitária na Venezuela. O intenso fluxo de imigrantes para Roraima desde 2016 facilitou a entrada de membros da facção no Brasil. Com isso, o grupo estabeleceu rotas para o tráfico de cocaína e expandiu suas atividades criminosas, aproveitando-se do aumento populacional e das vulnerabilidades na fronteira.

Qual o impacto dessa violência?

A presença do grupo gerou uma explosão de violência, com assassinatos brutais, esquartejamentos e torturas. Em 2021, a disputa por pontos de droga tornou Boa Vista a quinta capital mais violenta do Brasil. De janeiro a outubro, mais de 50 migrantes foram vítimas de homicídio ou tentativa de homicídio. Recentemente, a polícia prendeu um chefe da facção acusado de mais de 10 mortes.

O Tren de Aragua atua sozinho na região?

Não. O grupo disputa territórios com as duas maiores facções brasileiras, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Embora o PCC ainda seja o grupo dominante em Roraima, a facção venezuelana luta pelo controle de áreas estratégicas. A atuação desses grupos se estende até o garimpo ilegal na vizinha Guiana.

Quem é o líder do Tren de Aragua?

O principal líder é Héctor Rustherford Guerrero Flores, o “Niño Guerrero”. Ele é foragido da Justiça venezuelana, onde foi condenado a 17 anos por crimes como homicídio e tráfico de drogas. Hoje, o Tren de Aragua não só é a maior facção da Venezuela, mas também tem atuação registrada em países como Colômbia, Peru e Estados Unidos.

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