1 de dezembro de 2025
Ricardo Magro levava vida de luxo, com direito a mansão
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Enquanto a Refit, antiga refinaria de Manguinhos (RJ), acumulava uma sonegação fiscal de R$ 26 bilhões, seu controlador, o advogado Ricardo Magro, levava nos Estados Unidos uma vida de altíssimo padrão: mansão cinematográfica à beira-mar que já foi de LeBron James, iate milionário, carro esportivo italiano e jato particular. Mesmo após sucessivas investigações, Magro mantém no exterior um estilo de vida incompatível com uma empresa que deixou de recolher valores bilionários em impostos ao longo dos anos.

A dimensão da fraude levou o Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia a deflagrarem, na última semana, uma megaoperação em cinco Estados e no Distrito Federal. O objetivo foi localizar o patrimônio real acumulado por Magro e seus sócios, já que, segundo as autoridades, o grupo estruturou mecanismos para esvaziar empresas responsáveis pelo recolhimento de tributos. Como explicou a procuradora-geral de São Paulo, Inês Coimbra: “Existia uma empresa que deveria recolher o imposto, mas não recolhia. E quando a Procuradoria chegava para fazer a cobrança, já não existia mais patrimônio”.

O esquema funcionava porque Magro participava de todas as etapas da cadeia de combustíveis — da importação ao varejo. A Refit cumpria papel central nessa engrenagem. Para evitar o pagamento de impostos, Magro e seus parceiros operavam por meio de empresas de fachada responsáveis por importar combustíveis e derivados de petróleo da Rússia, desviando responsabilidade fiscal e diluindo rastros financeiros. As cargas apreendidas em quatro navios reforçaram o tamanho da operação e as conexões internacionais envolvidas.

O levantamento de bens ligados ao empresário revela um patrimônio quase cinematográfico. Um dos imóveis de Magro é a mansão à beira-mar em Miami que já pertenceu ao astro da NBA LeBron James, avaliada em R$ 100 milhões. A propriedade inclui seis quartos, oito banheiros, casa de hóspedes, octógono para treinos de artes marciais e ancoradouro privativo para barcos de até 20 metros.

Além da mansão, Magro desfruta de: Iate de R$ 9 milhões, equipado com sala de estar, quartos e cozinha; Carro esportivo italiano de R$ 700 mil; Jato particular estimado em R$ 25 milhões, usado para deslocamentos internacionais.

As autoridades brasileiras tentam agora reaver ativos desviados ao longo de anos e consolidar a responsabilização criminal e financeira do grupo comandado por Magro. Segundo o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, “Nós estamos falando aqui de crime de evasão, crime de fraude”.

Em manifestação oficial, a Refit sustenta que os “débitos em impostos estão sendo questionados pela Companhia na Justiça.” A empresa afirma ainda que não há “qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos.” Também nega qualquer irregularidade na importação das cargas apreendidas em quatro navios e rejeita fornecer combustíveis a postos controlados por organizações criminosas.

Fonte: https://horadopovo.com.br/ricardo-magro-levava-vida-de-luxo-com-direito-a-mansao-nos-eua-financiada-pela-sonegacao-da-refit/