Antes mesmo do fim de 2025, o número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) já ultrapassou o total do ano passado em Santa Catarina. Até quarta-feira (3), foram 875 óbitos contra 757 em 2024 – um aumento de 118 ocorrências (15,58%).
Os dados são do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do Sistema Único de Saúde de Santa Catarina (Cieges-SC) e demonstram que, pela primeira vez desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, a influenza superou a Covid-19 como a principal causa de mortes por síndrome respiratória.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é a evolução de uma infecção respiratória para um quadro de falta de ar, dor no peito, baixa saturação de oxigênio ou coloração azulada dos lábios ou rosto. Entre os 875 óbitos deste ano, 264 foram por causa da influenza (30,17%) e apenas 74 tiveram como causa a Covid-19 (8,4%). Em 2024, os números eram 129 (17,04%) e 185 (24,43%), respectivamente.
Mortes por SRAG em 2025
- Influenza: 264
- Rinovírus: 82
- Covid-19: 74
- Vírus sincicial respiratório (VSR): 49
- Não especificados, outros vírus ou agentes: 406
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, o médico Fábio Gaudenzi, uma das razões para o aumento no número de óbitos está relacionada à baixa procura pela vacina contra a gripe por pessoas dos grupos prioritários — ou seja, crianças entre seis meses e seis anos, gestantes e idosos acima dos 60 anos.
“Nós temos vacinas para alguns desses vírus, como o da influenza e o da Covid-19, mas é importante ressaltar as medidas não farmacológicas, como o uso de máscara em caso de sintomas respiratórios, a manutenção de ambientes arejados e ventilados, a higienização das mãos e a etiqueta da tosse”, reforçou Gaudenzi.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal para influenza dos grupos prioritários em Santa Catarina foi de 56,10% em 2025. O reflexo da baixa adesão atinge principalmente os idosos: a cada quatro pessoas mortas por SRAG causadas por influenza, três tinham mais de 60 anos.
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Gripe: capital de SC lidera número de casos e óbitos por síndrome respiratória
Maio, junho e julho de 2025 foram os meses com maior incidência de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave em Santa Catarina, de acordo com o Cieges-SC. Somente na primeira semana de junho, foram 58 óbitos, o que corresponde a mais de oito por dia. Desses, 26 foram em decorrência da contaminação por influenza.
A capital, Florianópolis, foi a líder em número de casos (1.942) e mortes (104). Balneário Camboriú, terceiro município catarinense em número de óbitos por SRAG, teve uma taxa de letalidade acima de 35% — muito superior à média estadual, de 11,50%.
Municípios com maiores registros:
| Cidade | Número de Casos | Óbitos |
Para conter o aumento de casos e óbitos por SRAG, a Secretaria de Estado da Saúde tem apostado em campanhas na imprensa e redes sociais, além de parcerias com municípios. A ação inclui orientações sobre cuidados para evitar a transmissão de vírus respiratórios e sobre a importância da vacinação. Ao longo do ano, a pasta informou que dedicou 56 leitos emergenciais para pacientes com a síndrome.
Em nota, a secretaria ressaltou que a vacina contra a gripe permanece disponível para toda a população a partir dos 6 meses de idade, enquanto durarem os estoques. “A imunização protege contra os principais vírus influenza em circulação no país e reduz significativamente o risco de complicações e casos graves”, informou.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/santa-catarina/baixa-adesao-vacinacao-gripe-sc-eleva-o-numero-de-mortes/
