3 de dezembro de 2025
Brasileiros de menor renda se percebem com mais prosperidade
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Para os brasileiros, prosperidade vai além do dinheiro. De acordo com a pesquisa “O que é prosperidade para o brasileiro”, realizada pelo Sicredi em parceria com o Instituto Datafolha, qualidade de vida, bem-estar emocional, vínculos sociais e propósito de vida pesam mais na autopercepção de uma vida próspera do que a renda mensal. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (3), em evento realizado em São Paulo.

Maria da Luz, superintendente de Estratégia, Sustentabilidade e Inovação do Sicredi; Paulo Alves, gerente de pesquisa de mercado do Datafolha; Alexandre Barbosa, diretor executivo de Estratégia, Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi; e o economista e educador financeiro Edval Landulfo. (Foto: Luisa Purchio/Gazeta do Povo)

A pesquisa aponta que, mesmo entre quem ganha até dois salários mínimos, 46% se consideram altamente prósperos, proporção maior do que a observada em faixas de renda mais altas. A porcentagem entre os que se consideram altamente prósperos cai para 32% entre as pessoas que ganham acima de 10 salários mínimos.

“Isso mostra que a prosperidade é subjetiva, cada pessoa vai enxergar de modo diferente e nós temos algumas dezenas de aspectos que podem compor essa autopercepção. A renda não é o meio principal, mas um caminho para se poder conjugar todos os outros aspectos que levam ao se sentir próspero”, diz Paulo Alves, gerente de pesquisa de mercado do Datafolha.

O economista Edval Landufo lembrou que a renda determina a dimensão dos próprios objetivos de vida. “Quando você tem uma população brasileira que recebe até três salários mínimos, você também limita alguns sonhos e oportunidades. Algumas pessoas não pensam em sair do seu estado, quiçá do Brasil, e para elas a prosperidade será construir um puxadinho em sua casa”, afirmou ele.

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Bem-estar psicológico e espiritualidade superam dimensão econômica

O estudo mostra que prosperidade é um conceito multifatorial e não depende da renda. Foram identificadas quatro dimensões que a compõem: econômica, psicológica, espiritual e social. A dimensão econômica tem o maior peso na composição da prosperidade, com 39%, seguida do bem-estar psicológico, com 26%, e da espiritualidade com propósito de vida, com 21%. Juntos, os aspectos psicológicos e espirituais superam o econômico.

Dentro da dimensão econômica, os fatores mais associados à sensação de prosperidade estão trabalhar com algo que traga satisfação (16%) e ter qualidade de vida e acesso a tecnologia e ferramentas (15%). A aquisição de bens e empreendedorismo e a estabilidade financeira vêm em último lugar, com, respectivamente, 4% e 3%.

A pesquisa também identificou que as mulheres se percebem mais prósperas que os homens, assim como idosos em relação a pessoas abaixo de 60 anos. Além disso, a maioria dos brasileiros acredita que a prosperidade depende do próprio esforço (66%), enquanto apenas 34% acreditam que as coisas irão acontecer naturalmente.

A pesquisa “O que é prosperidade para o brasileiro” foi realizada em duas etapas. Primeiro, uma fase qualitativa com pesquisa teórica e grupos focais de todas as regiões, das classes ABC, para entender como os brasileiros definem e vivenciam o conceito.

Essa fase orientou a etapa quantitativa, que ouviu 2.003 pessoas em 113 cidades de 25 estados, entre os dias 8 e 17 de setembro de 2025. Com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, o levantamento incluiu homens e mulheres a partir de 16 anos.

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Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/brasil/pesquisa-autopercepcao-brasileiros-prosperidade-renda/