3 de dezembro de 2025
Brasil elimina transmissão vertical do HIV e chega ao menor
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O Ministério da Saúde anunciou que o Brasil eliminou a transmissão “vertical do HIV”, quando o vírus passa da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação, e registrou em 2024 o menor número de mortes por Aids em mais de trinta anos. O país atingiu os critérios internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde para considerar encerrada essa forma de transmissão. Os dados consolidam um resultado histórico alcançado após décadas de políticas públicas voltadas à prevenção, ao diagnóstico precoce e ao tratamento contínuo das pessoas vivendo com HIV.

Segundo o Ministério, o Brasil registrou 9,1 mil mortes por complicações relacionadas ao HIV no ano passado, uma queda de 13% em relação a 2023. O recuo acompanha a expansão da PrEP (profilaxia pré-exposição), estratégia de prevenção que utiliza medicamentos como o tenofovir e a emtricitabina para reduzir drasticamente o risco de infecção. O governo atribui o avanço também ao aumento da testagem, ao início rápido do tratamento após o diagnóstico e ao fortalecimento da chamada terapia antirretroviral, que impede a replicação do vírus e reduz a carga viral ao ponto de impedir a transmissão.

A eliminação da transmissão vertical é considerada um marco porque envolve uma cadeia complexa de cuidados, que vai desde o acompanhamento pré-natal até o acesso garantido à medicação para gestantes e recém-nascidos. A OMS exige resultados sustentáveis por vários anos para validar o status, e o Brasil conseguiu manter indicadores consistentes, com taxas de transmissão abaixo do limite estabelecido pela entidade. O Ministério da Saúde afirmou que o país agora entra em uma nova etapa, voltada a expandir ainda mais a prevenção combinada e fortalecer campanhas de conscientização que combatam o estigma e incentivem o tratamento contínuo.

Apesar da redução expressiva, o número de óbitos ainda exige atenção, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de saúde. Organizações que atuam na área destacam que políticas de prevenção precisam ser mantidas e ampliadas para garantir que os indicadores positivos não sofram retrocesso. O governo, por sua vez, reafirmou que continuará investindo em programas de distribuição gratuita de medicamentos, acompanhamento especializado e estratégias de educação em saúde para alcançar ainda mais pessoas em situação de vulnerabilidade.

O resultado coloca o Brasil em posição de destaque mundial no enfrentamento ao HIV e reforça a importância de políticas públicas continuadas. Para o Ministério da Saúde, o país demonstra que investir em prevenção, tratamento e informação é o caminho mais eficaz para salvar vidas e transformar a realidade da epidemia.

Fonte: https://horadopovo.com.br/brasil-elimina-transmissao-vertical-do-hiv-e-chega-ao-menor-patamar-de-mortes-por-aids/