5 de dezembro de 2025
Maranhão tem mais de 500 mil moradores vivendo em favelas,
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Um diagnóstico do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que mais de 500 mil maranhenses vivem em favelas e comunidades urbanas com infraestrutura precária. O levantamento identificou 198 áreas desse tipo distribuídas em 14 municípios do estado.

A Grande São Luís concentra a maior parte da população nessas condições. Só a capital reúne 100 favelas e ultrapassa 358 mil moradores, número que representa mais de 70% de todos os residentes maranhenses em territórios com insegurança da posse e oferta insuficiente de serviços públicos. A região metropolitana — formada por São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa — aparece como o principal polo dessa realidade urbana desigual.

O indicador mais abrangente entre os serviços avaliados é a iluminação pública: 97,9% das moradias em favelas do estado ficam em vias iluminadas. Em São Luís, a cobertura chega a 98,2%, a segunda maior entre as capitais brasileiras. Já a pavimentação também apresenta desempenho acima da média nacional na capital, que registra 91,4% de ruas pavimentadas, frente a 78,8% no total do estado.

Apesar desses avanços, outros aspectos expõem a fragilidade da infraestrutura. A acessibilidade, por exemplo, é um dos pontos mais críticos: apenas 2,1% das vias em áreas de favela no Maranhão possuem rampas para cadeirantes — índice que cai para 1,9% em São Luís. A arborização também é reduzida: somente 31,5% dos moradores vivem em ruas com árvores, percentual que diminui para 30,2% na capital.

As calçadas aparecem como outro gargalo. Embora 76,2% dos moradores do estado residam em ruas que possuem algum tipo de calçamento, quase todas essas calçadas (96,9%) apresentam obstáculos como buracos e desníveis, o que interfere diretamente na mobilidade de pedestres.

O escoamento da água também está entre os desafios. Apenas 25,2% das casas em favelas maranhenses estão em vias com bueiros ou bocas de lobo. Em São Luís, o índice sobe para 30,1%, mas ainda permanece distante do ideal. Já o transporte público tem baixa cobertura: só 5,6% dos moradores dessas áreas vivem próximos a vias com ponto de ônibus sinalizado. Na capital, o percentual é praticamente igual (5,8%).

Os dados reforçam o cenário de desigualdade urbana no Maranhão e evidenciam que, embora alguns serviços apresentem níveis elevados de cobertura, a maior parte das comunidades ainda enfrenta limitações que afetam a mobilidade, a acessibilidade e o acesso a equipamentos públicos.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/maranhao-tem-mais-de-500-mil-moradores-vivendo-em-favelas-aponta-ibge/